A Universidade Federal do Piauí (UFPI) se destaca mais uma vez no cenário nacional. Cinco professores da Instituição tiveram seus projetos de pesquisa contemplados pelo programa Conhecimento Brasil, por meio da Chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 22/2024 - Apoio a Projetos em Rede com Pesquisadores Brasileiros no Exterior. Os recursos dos projetos aprovados somam R$ 2.029.276,00. A Chamada visa promover o intercâmbio de conhecimento entre pesquisadores e grupos de pesquisa no Brasil e pesquisadores brasileiros radicados no exterior, com ênfase no desenvolvimento de processos e ferramentas envolvendo Inteligência Artificial, além de apoiar projetos que contribuem significativamente para o avanço científico, tecnológico e a inovação do país.
Pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Rodrigo Veras
Segundo o pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Rodrigo Veras, a aprovação dos projetos da UFPI nesta chamada representa um marco importante para a Instituição, reforçando a importância da colaboração internacional no avanço científico e tecnológico do Brasil. “Essa conquista destaca o empenho de nossos docentes em promover a integração com especialistas no exterior, estimulando o intercâmbio de ideias, ferramentas inovadoras e tecnologias de ponta. Esses projetos ampliam o alcance da pesquisa na UFPI e fortalecem a posição da universidade no desenvolvimento sustentável e na inovação tecnológica. A inclusão de instituições do Nordeste, com foco no semiárido e na biodiversidade, evidencia o potencial transformador da ciência regional em um contexto global. Esse investimento capacita novos talentos e posiciona a UFPI como um centro de excelência fundamental para enfrentar os desafios contemporâneos e expandir sua presença no cenário científico internacional", enfatizou.
Professora do curso de Engenharia Florestal, Andressa Ribeiro
A professora Andressa Ribeiro, do curso de Engenharia Florestal do Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE), foi uma das selecionadas. Seu projeto, que receberá R$ 303.000,00, visa desenvolver modelos de crescimento e produção do mogno-africano no Brasil, com foco na coleta de dados dendrométricos em parcelas permanentes e na modelagem do crescimento das árvores em diferentes condições edafobioclimáticas. O objetivo principal é criar equações para orientar o manejo florestal sustentável, integrando técnicas de inteligência artificial para otimizar decisões silviculturais e contribuir para o desenvolvimento da bioeconomia e a conservação ambiental.
Ela expressou sua gratidão pela conquista. “A valorização da ciência é sempre importante, e, por pertencer a um campus interiorano, fico lisonjeada por receber o financiamento para desenvolver as atividades propostas no projeto. A aprovação na chamada do CNPq é crucial para garantir financiamento e suporte técnico, permitindo a ampliação das pesquisas, a robustez dos dados coletados e o desenvolvimento de modelos mais precisos, resultando em recomendações mais eficazes para o manejo florestal. Esperamos fortalecer laços com instituições como a University of New Brunswick, UFLA e UFRA, e promover melhorias no cultivo do mogno-africano no Brasil”, afirmou.
Professor do curso de Ciências Biológicas de Floriano, Leonardo Sousa Carvalho
O professor Leonardo Sousa Carvalho, do curso de Ciências Biológicas no Campus Amílcar Ferreira Sobral (CAFS), em Floriano, também foi contemplado com a chamada. Ele destaca que a aprovação é essencial para viabilizar as atividades, dada a complexidade e os custos dos processos envolvidos. "O apoio permitirá a formação de estudantes de graduação e pós-graduação, tanto brasileiros quanto estrangeiros, e fortalecerá as colaborações científicas internacionais com especialistas renomados em genômica e aracnídeos pouco estudados. Isso resultará em avanços significativos no conhecimento da biodiversidade da Caatinga e na aplicação de metodologias inovadoras", destacou.
O projeto busca entender a distribuição da diversidade genética de aracnídeos exclusivos da Caatinga, utilizando espécies como aranhas e escorpiões como modelo, e contará com R$ 531.950,00 em recursos. Intitulado “Filogeografia comparada e delimitação de espécies de aracnídeos da Caatinga na era da genômica e da inteligência artificial”, o projeto utilizará tecnologias avançadas, como inteligência artificial e dados genômicos, morfológicos e ecológicos, para identificar espécies e testar hipóteses sobre a influência da história geológica e climática da Caatinga na evolução dessas espécies.
Professor do Departamento de Planejamento e Política Agrícola, Alexandre Fernandes Perazzo
O professor Alexandre Fernandes Perazzo, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), teve seu projeto “Tecnologias de Fermentação e Manejo Otimizado na Ensilagem de Forrageiras do Nordeste” aprovado. O projeto receberá R$ 318.726,00 e busca desenvolver estratégias para melhorar a qualidade da silagem no Semiárido nordestino. “Estamos avaliando cinco culturas forrageiras adaptadas, utilizando diferentes práticas de manejo e inoculantes específicos. O objetivo é fornecer recomendações tecnológicas para reduzir perdas, melhorar o valor nutritivo da silagem e aumentar a eficiência produtiva, promovendo sustentabilidade e inovação na produção animal”, explicou.
O impacto esperado inclui o desenvolvimento de protocolos otimizados para o manejo de ensilagem, a formação de novos pesquisadores, a disponibilização de tecnologias para produtores da região e a avaliação da eficácia de inoculantes e técnicas de manejo. O professor Perazzo afirmou que a aprovação foi uma conquista essencial. “Essa nova aprovação concretiza o projeto de internacionalização, permitindo o financiamento de experimentos robustos e a continuidade da colaboração com o Dr. Luiz Ferraretto, especialista em silagens, o que ajudará a criar soluções adaptadas às condições do Semiárido, com impacto direto para produtores e profissionais da área”, ressaltou.
Professor do Departamento de Engenharia Agrícola e Solos, Ademir Araújo
O professor Ademir Araújo, do do Centro de Ciências Agrárias (CCA), também teve seu projeto aprovado. Com um financiamento de R$ 275.600,00, o projeto focará em estudos de áreas degradadas e em recuperação em Gilbués, no sul do estado. Os dados obtidos servirão para intercâmbios científicos nos Estados Unidos e na Holanda, países com grupos parceiros, além de enviar doutorandos para estágios sanduíche.
Ele comentou sobre as metas do projeto. “Os resultados esperados incluem a publicação científica e a ampliação da produção científica em parceria com colegas do exterior, além da realização de duas teses de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Agronomia da UFPI. Isso vai fortalecer as parcerias, aumentar a visibilidade internacional da nossa universidade e permitir que os estudantes adquiram novos conhecimentos e ampliem suas experiências”, afirmou.
Professor do Departamento de Química, Edvani Curti Muniz
O docente Edvani Curti Muniz, do Departamento de Química, teve seu projeto “Materiais 3D, funcionais e biomiméticos para uso na engenharia de tecido ósseo baseados em polímeros naturais, renováveis e biodegradáveis” aprovado, com o teto máximo permitido na chamada, R$ 600.000,00. O projeto visa desenvolver novos materiais para a engenharia de tecidos ósseos, focando em hidrogéis e scaffolds para regeneração óssea. "A execução desse projeto fortalecerá a pesquisa nos grupos brasileiros e promoverá uma rede de colaboração com pesquisadores no exterior. Ele também está alinhado com várias metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, reforçando sua relevância global", finalizou o docente.
Programa Conhecimento Brasil
Definido como uma das dez ações prioritárias em 2023 pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o programa Conhecimento Brasil tem como objetivo a repatriação de talentos e faz parte da Estratégia Científica, Tecnologia e Inovação (ENCTI) do período 2023-2030. É dividido em duas chamadas: Atração e Fixação de Talento e Apoio a Projetos em Rede com Pesquisadores Brasileiros no Exterior, cada uma com R$165 milhões e R$230 milhões de reais, respectivamente, para investimentos.