O Núcleo de Acessibilidade da UFPI iniciou em 2019 a realização do projeto Flor de Mandacarú. O projeto objetiva qualificar o tempo ocioso de mães de estudantes público-alvo da educação especial daUFPI, que acompanham seus filhos e permanecem no espaço da Universidade enquanto elesassistem aulas. Pretende-se ainda desenvolver aspectos de autonomia e empreendedorismo, uma vez que muitas delas vivem em função dos filhos, são presentes no cotidiano pessoal eacadêmico dos mesmos, deixando de participar, muitas vezes de outras atividades e oportunidades no mercado de trabalho por achar que não podem distanciar-se dos filhos.
As ações voltadas às mães do público-alvo da educação especial são essenciais para a construção da autonomia dos estudantes, assim como para promoção de um ambiente mais agradável aos familiares que permanecem na instituição ao longo do dia. Espera-se que o projeto oportunize momentos de trocas de experiências e que haja aprendizado de novas maneiras de ser e estar no mundo. As oficinas possibilitarão o desenvolvimento de habilidades e a troca de saberes no grupo, assim como a possibilidade degeração de renda.
O projeto recebeu o nome Flor de Mandacarú, em alusão a esta flor que simboliza resistência. Reza a lenda popular que toda vez que a flor de Mandacarú desabrochar no sertão, dos céus, as águas da chuva cairão para molhar, irrigar e fazer a vida germinar. É esse o nosso propósito, fazer “chover” para desabrochar em cada mãe habilidades e capacidades que estão adormecidas. Esse fazer“chover” se dará em rodas de conversas e oficinas de produção criativa, durante as quais abordaremos temas que fazem parte do cotidiano dessas mulheres que, assim como a flor de mandacarú, resistem, em meio a aridez das relações humanas que banalizam a inclusão. Outro benefício que o projeto poderá trazer é, oportunizar, através das oficinas de produção criativa, meios para fomentar a melhoria da renda familiar, pois as participantes do projeto se voltam exclusivamente para o acompanhamento dos filhos e não estão inseridas no mercado de trabalho.
As atividades do projeto tiveram início em março de 2019 e foi estruturado conjuntamente com as mães convidadas. Dentre a lista de possibilidades de oficinas elencadas pela equipe por viabilidade de tempo e custo, as mães escolheram e opinaram sobre o que consideravam ideal ou relevante para realização no corrente ano. As propostas de oficinas envolvem rodas de conversa com discussão de filmes, poesias, textos ou casos e situações relacionadas à pessoa com deficiência de modo a trabalhar questões como autonomia, empoderamento feminino, empreendedorismo, saúde mental, autocuidado, direitos das pessoas com deficiência, dentre outras.
A primeira roda de conversa foi realizada em março e pautou-se no debate e impressões do filme “A família Bélier”. A roda de conversa tratou sobre o tema família, pessoa com deficiência e a independência dos filhos e foi um espaço de abertura para debate e contribuições acerca do tema.
1ª Oficina Criativa de Decoupage em Caixinhas de MDF
Fonte: Núcleo de Acessibilidade da UFPI