PRAEC/SAMA divulga informativo sobre a amamentação em tempos de COVID-19
Cartilha do Serviço de Apoio à Amamentação (SAMA/UFPI)
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) por meio do Departamento Científico de Aleitamento Materno (DCAM) emitiu um comunicado/Alerta, direcionado aos pediatras, sobre amamentação e o novo coronavírus (SARS-CoV2, causador da Covid-19). O objetivo foi informar aos pediatras sobre como atuar na amamentação diante de casos de mães que estejam com suspeita ou infectadas pelo COVID-19.
Neste documento, a SBP se posicionou favorável ao aleitamento materno realizado por mães portadoras do Covid-19, caso este seja o desejo delas. Emitiu o parecer com base nos principais artigos publicados sobre o tema que indicam que os benefícios da amamentação são superiores aos riscos de transmissão do novo vírus, assim como ocorre em diversas outras viroses.
A evidência dessa decisão se refere à publicação recente no The Lancet, 2020, que divulga pesquisa realizada em pacientes com pneumonia causada pelo COVID-19, na presença do vírus no líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, leite materno e swab da orofaringe do recém-nascido. Nestas amostras os resultados foram negativos. Portanto, até o momento não há documentação de transmissão vertical durante a gestação e nem no período neonatal, pela amamentação.
Mais duas revisões científicas agregaram valor a favor da realização da amamentação nos referidos casos; uma do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) norte-americano e outra do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG), de Londres. Concluíram que caso a mãe com suspeita ou infectada pelo COVID-19 queira manter o Aleitamento Materno, esta deverá ser esclarecida e estar de acordo com as medidas preventivas necessárias:
1) Lavar as mãos antes de tocar no bebê na hora da mamada;
2) Usar máscara facial durante a amamentação.
No caso desta mãe não se sentir à vontade para amamentar diretamente a criança, ela poderá extrair o seu leite manualmente ou usar bombas de extração láctea (com higiene adequada e seguir as recomendações para uma limpeza adequada) e um cuidador saudável poderá oferecer o leite ao bebê por copinho, xícara ou colher, desde que esse cuidador conheça a técnica correta de uso desses utensílios junto ao bebê.
O leite humano ordenhado ou coletado da mãe poderá ser levado ao refrigerador e estocado por um período de até 12 horas, se guardado em temperatura máxima de 5 °C. Se guardado no freezer ou congelador até 15 dias. Informações desse processo devem ser orientadas às mães e cuidadores.
Para mais informações, confira a cartilha do Serviço de Apoio à Amamentação (SAMA/UFPI).
Segundo Arthur I. Eidelman, médico e editor chefe da Breastfeeding Medicine (2020): “Dada à realidade de que as mães infectadas pelo coronavírus provavelmente já colonizaram seus bebês, a amamentação continuada tem o potencial de transmitir anticorpos maternos protetores ao bebê através do leite materno. Portanto, a amamentação deve continuar com a mãe praticando cuidadosamente a lavagem das mãos e o uso de uma máscara durante a amamentação, para minimizar a exposição viral adicional ao bebê”.