Lia Renha ministra curso de Direção de Arte na UFPI

O Departamento de Artes Visuais, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em convênio com o Centro Audiovisual Norte-Nordeste (Canne), e a Fundação Joaquim Nabuco (MEC), promoveu o Curso Direção de Arte ministrado pela arquiteta, cenógrafa e diretora de arte Lia Renha. O curso, que teve inicio no dia 16 e vai até 21 de novembro, tem como objetivo apresentar aos participantes a definição de direção de arte, sua função e os caminhos para se tornar um diretor de arte, incluindo as leis e formação acadêmica.

O curso prentende agregar a prática com a teoria

Segundo Lia, o caminho para se tornar um diretor de arte deve se iniciar pela escola superior, como a de cenografia ou arquitetura. "Esse curso tem o propósito de, primeiramente, fazer os alunos entenderem o que é direção de arte, pois é algo difícil de ser entendido. Dessa forma, faço um curso que é a prática seguida da teoria. Nós até fazemos um curta metragem de verdade. Eles têm noção, inclusive, do que precisam estudar e aprimorar, adquirindo ferramentas para se tornarem bons profissionais de arte".

Arquiteta, cenógrafa e diretora de arte Lia Renha

Para a cenógrafa, o curso deve proporcionar ao aluno um mergulho capaz de traduzir formas, cores, aprofundar no conteúdo e refletir sobre os personagens e o universo que vai se trabalhar. "Aprendemos o mais importante: o que pensar. Pensar no ambiente, onde aquele personagem mora, se você sabe quem é ele. Além disso, estudar a época, fazendo pesquisas antes. E sempre orientando sobre  o que se precisa aprimorar. O meu curso explica muito o que cada um faz na área cênica: cinema, televisão, teatro".

Alunos tem a oportunidade de conhecer o universo da direção de arte e cenografia

E observa a área cênica como muito mais do que apenas colocar objetos em cena. "Não é só colocar um vasinho de flor em uma locação, são várias outras coisas. É preciso ter noção de lente, luz, câmera, projetar o espaço. Não é só ter bom gosto, tem que saber projetar, fazer desenho arquitetônico, criar cenários que irão para o estúdio, ter noção de dimensão. E é primordial uma escola que te dê essas ferramentas, como a de cenografia ou de arquitetura", conta.

Estudante do Curso de Artes Visuais, Tais Rodrigues

Para a estudante do sexto período do Curso de Artes Visuais, Tais Rodrigues, o curso de Direção de Arte é uma oportunidade de crescer profissionalmente. "São conhecimentos a mais sobre uma área que o nosso curso, por ser licenciatura, não oferece tanto. Então é um complemento, e uma forma de conhecermos mais sobre as artes visuais".

A trajetória de Lia Lenha

Cenógrafa com grande experiência na televisão, Lia Renha vem se dedicando cada vez mais à cenografia para cinema. Formada em arquitetura, fez um curso de extensão em cenografia na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde foi aluna de Luís Carlos Ripper e Marcos Flaksman, duas grandes "escolas" da cenografia brasileira. Trabalha também em publicidade e teatro. Estreou no cinema como assistente de Marcos Flaksman em Feitiço do Rio (Blame it on Rio, 1984), de Stanley Donen, comédia norte-americana rodada no Rio e protagonizada por Michael Caine. Passou a colaborar com o cinema brasileiro, assinando a cenografia e direção de arte de títulos como Um trem para as estrelas (1987), Dias melhores virão (1989) e Tieta do Agreste (1995), os três de Carlos Diegues, Copacabana (2001), de Carla Camurati. Dois de seus trabalhos em direção de arte para minisséries de TV viraram longas-metragens para o cinema: O auto da Compadecida (2000) e Caramuru - A invenção do Brasil (2001), ambos dirigidos por Guel Arraes, além de a série Hoje é dia de Maria - primeira e segunda jornada, dir. Luiz Fernando Carvalho, mini-série Dona Flor E Seus Dois Maridos dir. Mauro Mendonça Filho. Os programas: Irritando Fernanda Yang - GNT, Programa do Jô - Rede Globo, Domingão do Faustão, Programa Ana Maria Braga - Implantação, Programa Sérgio Groissman-Implantação, Os Normais O Filme Dir. José Alvarenga.

Fonte: Leidesousa's Blog