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Pesquisa coordenada pelo Biotec/UFPI ganha destaque internacional

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

A pesquisa "Atividade anti-helmíntico In Vivo de Epiisopiloturine contra juvenis e adultos de Worms Schistosoma mansoni", coordenada pelo Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia (Biotec) da Universidade Federal do Piauí, realizada por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, dentre eles a Prof.ª Maria Adelaide Guimarães, doutoranda de Biotecnologia pela RENORBIO, foi publicada no periódico Plos - Neglected Tropical Diseases.

A pesquisa revelou que um metabólico secundário isolado a partir de folhas de jaborandi, a epiisopiloturina, poderá ser usado como princípio ativo para combater a esquistossomose, uma doença negligenciada pelo setor farmacêutico e que afeta mais de 240 milhões de pessoas em todo o mundo.

Esta pesquisa faz parte de um grande projeto do Biotec, dentro de uma parceria que se estende desde 2010 com o grupo Centroflora, que a partir das folhas de jaborandi, isola a pilocarpina, já utilizada largamente para o tratamento de glaucoma e xerostomia. Tal processo gera uma grande quantidade de resíduos, e os pesquisadores do Biotec resolveram analisar esses resíduos, com o intuito de encontrar alguma molécula ativa que pudesse, eventualmente, ser aproveitada. Foi quando descobriram que 70% dos resíduos eram compostos pela epiisopiloturina e que esta, por sua vez, é capaz de matar o Schistosoma mansoni, parasita causador da esquistossomose em modelos animais.

A novidade deste trabalho foi mostrar a eficácia em uma dose única em modelos animais (in vivo), além de estudos físico-químicos e toxicidade, muito importante para seu uso em humanos, pois a substância mostrou-se pouco tóxica. O projeto possui forte apelo regional além de ser muito sustentável, já que mostra a relevância do estudo de resíduos industriais com importância biotecnológica, essencial para a manutenção da cadeia produtiva do jaborandi. 

O projeto mostra-se desafiador por vários aspectos, ressalta o Prof. Dr. José Roberto Leite, Coordenador do projeto e do Biotec. "Envolveu vários alunos e pesquisadores do Brasil e exterior, com forte internacionalização. Além disso, a formação de recursos humanos é mais sólida e os trabalhos muito mais relevantes para a sociedade. Para se ter uma ideia apenas na parte de financiamentos, conseguimos tanto o apoio do setor privado, como o financiamento do Programa PP SUS (FAPEPI-CNPq)", explicou.

A pesquisa é realizada por uma rede de pesquisadores de diferentes instituições: Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) (Dra. Ana Mafud e Dra. Yvonne Mascarenhas, nos estudos computacionais e físico-químicos); Grupo Centroflora/Phytobios LTDA (Obtenção dos ativos); Instituto Adolfo Lutz de São Paulo e UNICAMP (Estudos in vivo em modelos animais); Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas da Faculdade de Ciências de Guarulhos (FACIG), Coordenado pelo Dr. Josue de Moraes, especialista em esquistossomose; e Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), com a realização dos ensaios toxicologicos.

Parte da equipe científica do projeto. (A) Maria Adelaide Guimarães (Phytobios/RENORBIO/Biotec) e Dra. Leiz Maria Veras (Biotec/UFPI); (B) Grupo de pesquisa do REQUIMTE, Un. Porto, ligado ao Lab. Microscopia de Forca Atômica coordenado pelo Dr. Peter Eaton (Esquerda); (C) Núcleo de Pesquisa em Doenças Negligenciadas da Faculdade de Guarulhos, Dr. Josue de Moraes; (D) Grupo de Cristalografia do IFISC-USP, Dra. Yvonnne Mascarenhas e Dra. Ana Carolina Mafud; (E) Equipe da Universidade de Belgrado, Servia, formada pelo Dr. Aleksandar Loli e a Dra. Tatjana Verbi.

Acesse o trabalho original da pesquisa aqui.

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