O Dia Mundial da Saúde é comemorado anualmente em 7 de abril, data instituída a partir da criação da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948. A cada ano esta data apresenta-se como uma oportunidade para que os líderes mundiais e a sociedade em geral reflitam sobre determinado problema de saúde pública e com impactos no mundo globalizado, para que a partir daí, seja possível o desencadeamento de uma ação coletiva de proteção da saúde e garantia do bem-estar da população.
Em 2012, o tema do Dia Mundial da Saúde é Envelhecimento e Saúde, tendo como slogan "Uma boa saúde para um envelhecimento mais saudável". De fato, a população mundial envelhece a passos largos e, no Brasil, a transição demográfica é tão evidente que modificou o desenho da estrutura etária, com a redução do número de nascimentos, e da base da antiga pirâmide populacional que era constituída pelo grande número de crianças e jovens. Paralelamente, ocorreu o alargamento do pequeno ápice, decorrente do acelerado processo de envelhecimento populacional, especialmente do grupo feminino. Além do mais, não só tem crescido o número de pessoas idosas, como também se mostra evidente uma maior longevidade.
As estatísticas projetam para uma duplicação da população idosa do ano de 2000 a 2050; passaremos em números absolutos de 605 milhões para dois bilhões. Nos próximos cinco anos, e pela primeira vez na história do país, o número de adultos com 65 anos de idade ou mais, será maior do que o número de crianças menores de cinco anos.
Estes aumentos consideráveis na esperança de vida, de quase 50 anos num século, devem-se em grande medida aos progressos socioeconômicos e ao sucesso de estratégias de saúde pública; apesar de alguns indicadores de morbimortalidade entre os idosos apontarem para a fragilidade e a dicotomia do Sistema Único de Saúde (SUS) em todos os níveis, no tocante à atenção da pessoa idosa.
Diante da vitória do crescimento da população idosa no país surgem grandes desafios, quais sejam: envelhecer com autonomia e qualidade de vida, garantir o acesso dos idosos a uma atenção integral e holística capaz de promover a saúde, prevenir, diagnosticar e tratar adequadamente as doenças, tanto aquelas evitáveis e preveníveis, como as crônico-degenerativas de maior ocorrência nesta faixa etária, e ainda propiciar a reabilitação daqueles que ficaram com sequelas e danos decorrentes de doenças. Para o alcance destas metas e a superação dos desafios mostra-se urgente a estruturação dos serviços e a capacitação dos recursos humanos para o atendimento ao idoso em sua multidimensionalidade.
Brasileiros vamos lutar não só em datas comemorativas, mas, diariamente pela saúde de todos, especialmente dos idosos, para que alcancemos a velhice com qualidade de vida.
Felicidades, Cidade Feliz.
Profª Drª Maria do Livramento Fortes Figueiredo
Docente e Pesquisadora da UFPI