Alunos empreendedores transformam conhecimento em ações inovadoras

Empreendedorismo. Esta palavra grande e difícil de ser pronunciada por algumas pessoas vem impulsionando a criatividade de alunos da Universidade Federal do Piauí, que transformam seus conhecimentos em ações inovadoras.

Segundo o professor Antônio Carlos Oliveira Silva, do curso de Administração da UFPI, o empreendedorismo pode ser entendido de várias formas. Pode ser entendido como a atitude da pessoa de inovar, criar, ter ideias e ser perseverante para realizar seus sonhos; estando, a definição, relacionada a características comportamentais de realização. No entanto, o conceito mais usual está ligado à capacidade individual de gerir e gerar empreendimentos.

Prof. Antônio Carlos Oliveira Silva ministra a disciplina de Empreendedorismo no curso de Administração da UFPI

Não é necessário ter um negócio próprio para ser considerado empreendedor. "Nem todo empresário pode ser considerado empreendedor e nem todo empreendedor é necessariamente empresário", afirma o professor.

O empreendedor é movido pela necessidade de transformação, seja ela pessoal ou social. E como o mundo é movido por boas ideias, a Coordenadoria de Comunicação da UFPI buscou histórias de alunos que desenvolvem atividades empreendedoras dentro de suas áreas de conhecimento.

Independente do curso, mais do que reconhecimento profissional, os alunos-empreendedores investem em conhecimento e por meio deste buscam transformar seus sonhos em realidade.

Senso de oportunidade

Aluna do quinto período de Artes Visuais, Lina Magalhães é fotógrafa e, aos 21 anos, trabalha em um jornal impresso tradicional do Estado. "O jornal me deu a oportunidade de desenvolver o trabalho como fotógrafa na área de jornalismo. Estou aprendendo e me adaptando com a linguagem jornalística", diz a estudante. Além do senso de oportunidade, característica do empreendedor, a estudante amplia a visibilidade do seu trabalho profissional participando de concursos e projetos. Em 2011, realizou a exposição fotográfica "Um Olhar Sobre a Prática da Farinhada no Piauí", resultado do trabalho de pesquisa financiado pelo Projeto BNB - Cultural, com foco em uma das manifestações culturais do povo nordestino, a farinhada.

 A fotógrafa Lina Magalhães em cobertura jornalísica de evento em Teresina-PI

Uma das fotografias que compõem o Projeto "Um Olhar Sobre a Prática da Farinhada no Piauí" de Lina Magalhães

Rede de contatos

Paixão pelo que faz e ampla rede de contatos são marcas do Quinteto Piauhy. O grupo é formado por quatro alunos de Música e um aluno de Artes Visuais e inova ao ser o primeiro quinteto de sopro de madeira do Piauí. Os músicos interpretam de clássicos da música erudita a composições locais por meio do som da Flauta Transversal, do Oboé, do Clarinete, do Fagote e da Trompa.

O Quinteto Piauhy foi criado em 2008, quando José Ronaldo (conhecido como Branco) retornou do Curso Internacional de Verão em Brasília e resolveu convidar ex-alunos para juntos formarem o grupo. "Tocamos mais para divulgar a música e os instrumentos do que pelo retorno financeiro", explica Branco.

A faixa etária média dos músicos do Quinteto é de 27 anos. Eles conciliam a vida de estudante com a profissão de músico. Alguns dão aula de música, trabalham em orquestras e cumprem rotinas de ensaios e agenda de apresentações.

Cada instrumento que compõe o quinteto custa em média R$ 10 mil. A aquisição destes foi possível por meio da parceria firmada com a Orquestra Sinfônica de Teresina (OST).

Os músicos também encontram dificuldade para adquirir as partituras. Para sanar essa dificuldade, eles ampliaram sua rede de contatos. Hoje, além de manterem bom relacionamento com compositores regionais, eles tem contato direto com músicos do Quinteto Brasília, Sérgio Barrenechea e José Medeiros, referências mundiais em flauta transversal e oboé, respectivamente.

A dedicação, a entrega e o entusiasmo pela música fazem os jovens músicos se engajarem em projetos dentro da área. Um exemplo é o Vento da Quinta, onde o Quinteto se apresenta em uma quinta-feira de cada mês, no palácio da Música, interpretando clássicos da música internacional, nacional e regional. "Este projeto resgata e divulga músicas de compositores teresinenses", explica Branco.

O grupo também tem o projeto "Concerto Didático Nas Escolas Municipais de Teresina", que visa apresentar os instrumentos e a música erudita aos alunos da rede municipal de ensino. "Com este projeto buscamos incentivar o interesse do jovem pela música, objetivando formar público e quem sabe novos instrumentistas", explica Daniel Freitas.

Como o objetivo de incentivar novos talentos, o grupo está organizando o primeiro Concurso de Instrumentista de Sopro do Piauí, com inscrições abertas a partir do dia 09 de abril, no Palácio da Música, em Teresina.

O Quinteto Piauhy é formado por: Daniel Lopes (flauta transversal), Miranísia Freitas (fagote), José Ronaldo (oboé), Avelange Amorim (trompa) e Jailson Menezes (clarinete).

Autoconfiança

A internet é um espaço muito usado pelos jovens empreendedores, seja como vitrine de divulgação ou mesmo criação do próprio negócio.

De olho no ciberespaço, um grupo de alunos do curso jornalismo abriu o portal de notícias Liberdade News. Aliando persistência, criatividade e autoconfiança os alunos traçam planos para tornar o portal um grande veículo de comunicação. "No momento, conciliamos o trabalho do portal com as atividades do curso. Mas a nossa ideia, ao criarmos o Liberdade News, é ter o nosso próprio negócio quando formados", afirma Rogério Holanda, idealizador e diretor-geral do portal.

Inicialmente, o Liberdade News começou como um blog, criado por Rogério Holanda quando cursava o primeiro período do curso.  O sonho de trabalhar com comunicação do menino que cresceu ouvindo rádio AM na cidade de Itaueira, a 344 km ao sul de Teresina, e encontrou parceiros para o empreedimento nas amizades conquistadas no curso de Jornalismo. "O portal de notícias será nosso carro chefe; no futuro, nossa pretensão é abrir assessoria de imprensa com marketing político e ter uma revista mensal", diz Rogério.

Com dois anos de existência, o portal tem domínio registrado (www.liberdadenews.com) e os alunos-repórteres usam recursos pessoais como computadores, câmeras digitais e gravadores para alimentarem o site.

Conscientes de que existe uma linha tênue entre o jornalismo informativo e o comercial, os alunos buscam exercer a função social do Jornalismo aplicando conceitos e teorias vistos em sala de aula na prática. "Só empreendendo, com nosso próprio negócio, teremos liberdade para construir nossa própria linha editorial", explica Pedro Júlio, integrante do portal.

Além de laboratório para prática do webjornalismo, o portal Liberdade News serve de vitrine para novos talentos da comunicação, pois abre espaço para que alunos divulguem seus textos e fotografias.

Na foto: Thalyta Arrais, Thiago Ramos, Rogério Holanda e Pedro Júlio, que juntamente com João Magalhães, Brunno Suênio e Lauro Cícero formam o Grupo Liberdade

A equipe de jovens repórteres conciliam as aulas no curso de Jornalismo com as atividades do portal

 

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