Roda de conversa sobre adoção discute entrega legal e destaca projeto amadrinhar como formas de proteção à infância

Discussão ocorreu no formato on-line

No dia 28 de maio, foi realizada a roda de conversa sobre adoção, uma das atividades do evento “Pausa e Socialização”, promovido pela Divisão de Recursos Humanos do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos, como parte do Programa de Qualidade de Vida no Trabalho (PQVT/CSHNB).

A escolha do tema foi uma homenagem ao Dia Nacional da Adoção, celebrado em 25 de maio. A relevância da discussão foi ampliada por um episódio recente e comovente ocorrido na macrorregião picoense: o caso da menina Ana, também conhecida como Natalie, que sensibilizou profundamente a comunidade local. Durante o evento, a servidora Daniela Rosa Alves da Silva Pereira leu um texto relembrando a história da menina. O conteúdo será disponibilizado posteriormente como forma de preservar a memória do ocorrido e fomentar a reflexão coletiva.

A roda de conversa foi conduzida pela psicóloga Lainny Borgéa Peres e pela assistente social Ana Lídia de Moraes Machado, ambas integrantes do Núcleo Interprofissional de Adoção (NIA), vinculado ao Fórum do Juizado Especial Cível e Criminal do município de Parnaíba-PI.

Um dos principais pontos discutidos foi a Entrega Legal, dispositivo previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nos artigos 13, §1º, e 19-A. Segundo explicou Gláucia Porto, técnica em assuntos educacionais da Divisão de Recursos Humanos, “a Entrega Legal é um mecanismo que permite a gestantes ou mães em situação de vulnerabilidade entregar seus filhos para adoção de forma segura, legal e sem sofrer penalizações ou estigmas. Esse procedimento é acompanhado pela Justiça da Infância e Juventude, com o apoio de equipes interprofissionais, garantindo proteção à criança desde o nascimento e acolhimento digno à mãe”.

Durante o evento, também foi apresentado o Projeto Amadrinhar, iniciativa que estimula a sociedade a apoiar crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente e ainda não inseridos em famílias adotivas. “O projeto oferece diferentes formas de engajamento social, permitindo que cada pessoa contribua de acordo com suas possibilidades e habilidades”, destacou Gláucia.

As modalidades de participação incluem: apadrinhamento afetivo: construção de vínculos emocionais por meio de visitas regulares, passeios e convivência afetiva;
apadrinhamento provedor: colaboração financeira ou com recursos materiais para atender às necessidades de uma criança ou grupo; e apadrinhamento prestador de serviço: atuação voluntária de profissionais oferecendo atendimentos, aulas, oficinas e outros serviços especializados.

Para Gláucia, essas formas de participação são “estratégias fundamentais para o fortalecimento da cidadania e do cuidado coletivo com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade”.

Além da discussão sobre adoção, o encontro teve como propósito criar um espaço acolhedor de escuta, empatia e troca de experiências. Também marcou o lançamento simbólico do Projeto Natalie ou Ana, que pretende abordar anualmente, no âmbito da UFPI – Campus de Picos, temáticas relacionadas à adoção e à proteção da infância.