PET Filosofia da UFPI alia formação acadêmica, pesquisa e impacto social

Mais que uma preparação para o mercado, o programa promove experiências que aproximam a Filosofia da comunidade e incentivam o pensamento crítico

O PET Filosofia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) é muito mais do que um espaço de estudos. É um ambiente de construção coletiva, onde estudantes desenvolvem projetos, aprofundam seus conhecimentos e, principalmente, se preparam para exercer um papel ativo na sociedade.

Criado em 2009, o programa conta atualmente com 12 bolsistas de graduação e um tutor, além de estudantes voluntários que também participam das atividades.

O tutor do grupo, professor Gustavo Silvano Batista, explica que o programa desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão, sempre com foco na formação integral dos estudantes. “O PET é um espaço de desenvolvimento acadêmico, humano e social. Aqui, o aluno não aprende só para dar aula, mas também para pesquisar, para intervir, para fazer diferença onde estiver.”

Essa diferença, de fato, é percebida por quem vive a experiência no programa. Vinicius Holanda, estudante de Filosofia, conta que o que mais chamou sua atenção desde que entrou foi o nível de comprometimento e a dedicação dos colegas. “A minha passagem pelo PET tem sido uma viagem e tanto. É impossível citar só uma coisa que me marcou. O que mais me impressiona é o comprometimento de todo mundo, a dedicação, o trabalho coletivo, isso me transformou como acadêmico, como cidadão e até como colega”, relata.

Equipe do PET Filosofia da UFPI

E esse trabalho coletivo é visível em cada projeto realizado. As atividades são pensadas e executadas de forma democrática, e muitas delas acontecem fora dos ambientes tradicionais da universidade, levando a Filosofia para espaços públicos, escolas, centros culturais e eventos acadêmicos em diferentes cidades.

Paloma Machado, também estudante de Filosofia e integrante do programa, reforça como esse ambiente colaborativo contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes. “O que mais me surpreende é a riqueza das trocas. Mesmo com interesses filosóficos diferentes, o ambiente do PET é extremamente colaborativo. Aqui a gente aprende que o conhecimento não se constrói sozinho”, afirma.

Esse processo não se limita à rotina acadêmica. As experiências práticas fazem com que os alunos desenvolvam um senso maior de responsabilidade social e de consciência sobre o papel da Filosofia no cotidiano.

Vinícius lembra que uma das experiências mais significativas foi participar de eventos em diferentes contextos. “Eu estive na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, na Praça Rio Branco; participei de encontros no Polo da Oswaldo Cruz, em Teresina; de congressos em Parnaíba e até de um evento em São Paulo, na UNICAMP. Em todos, pude apresentar artigos, debater ideias e, principalmente, perceber que a Filosofia tem muito a dizer em qualquer espaço.”

Além dos eventos, o que se aprende no dia a dia do projeto é, também, a importância da organização, da escuta e do planejamento coletivo. As reuniões, os projetos e as ações exigem dos petianos comprometimento, empatia e visão crítica, habilidades que são levadas para toda a vida.

Paloma destaca, inclusive, que as ações de extensão foram fundamentais na sua trajetória. “Estar em contato com escolas públicas, conversar com pessoas de realidades diferentes, ver como a Filosofia desperta reflexões nas mais diversas situações, tudo isso foi muito enriquecedor. A gente percebe que a Filosofia não é algo distante, teórico demais. Ela está no nosso dia a dia, nas perguntas que fazemos, nos desafios que enfrentamos”, observa.

Apesar dos desafios enfrentados, como os atrasos no repasse de bolsas e a limitação de recursos, o programa se mantém como uma das experiências mais transformadoras da graduação. Para o professor Gustavo, essa resistência é, por si só, uma lição. “O estudante que passa pelo PET não sai igual. Ele aprende a liderar, a pensar e a agir. Aprende que seu papel como educador, como pesquisador e como cidadão começa muito antes de entrar na sala de aula.”

Ao final, quem vive a experiência do PET Filosofia entende que estar na universidade não é apenas frequentar aulas ou tirar boas notas. É, sobretudo, se preparar para ser um agente de transformação no mundo e fazer da Filosofia uma prática viva, coletiva e social.