Professor Samuel Sousa durante realização de Olimpíada Internacional
O professor do curso de Química da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Samuel Sousa, integrou a organização da 59ª edição da Olimpíada Internacional de Química Mendeleev (IMChO). O evento ocorreu dos dias 5 a 13 de maio, organizada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), promovida pela Universidade Estatal de Moscou (Lomonosov Moscow State University) e The Andrey Melnichenko Foundation. O evento foi chefiada pelo professor João Paulo Ataide Martins, do Departamento de Química da UFMG e a professora Arilza de Oliveira Porto, chefe do Departamento de Química.
A Olimpíada Internacional de Química Mendeleev é a competição mais antiga do mundo na área da química, inicialmente realizada nas antigas repúblicas da União Soviética. Nesta edição, a competição, voltada para estudantes do ensino médio, contou com a participação de 200 estudantes de 40 países. Segundo o professor Samuel, estes concursos são importantes para descobrir alunos com aptidão para seguir nas áreas de ciências. “As escolas do Brasil, disputam através dessa competição para revelar os alunos que têm mais talento para a química e que querem ingressar e continuar estudando ciência ao nível universitário e depois ao nível de pós-graduação. E temos vários exemplos de alunos espalhados pelo mundo que são oriundos das olimpíadas de química”, explica.
O professor Samuel também integra o Programa Nacional Olimpíadas de Química (PNOQ) como Coordenador de Seletivas Internacionais. Junto com o professor João Paulo Ataí de Martins, do Departamento de Química da UFMG, e o professor Lucas Carvalho do Departamento de Química Fundamental da Universidade de São Paulo (USP), organizam a seleção dos estudantes que participam de olimpíadas internacionais. Para participar da IMChO, 180 alunos que tiveram destaque na última edição da Olimpíada Brasileira de Química (OBQ) passaram por um curso de nivelamento, com a conclusão do curso os estudantes realizaram uma prova de complexidade média e os 20 melhores com reserva de 3 vagas para alunos de escola pública são selecionados. Samuel explica que a seleção já classifica os alunos também para outras olimpíadas.“Desses 20 alunos, os 15 primeiros foram para a Mendeleev. O nosso objetivo também é selecionar para IChO [Olimpíada Internacional de Química], que acontece em julho, todo ano. Então, agora que os 15 foram para Mendeleev, eles vão se juntar aos outros 5 e mais os 3 de escola pública, e nós vamos ofertar um curso no final desse mês [maio] na USP , que vai ter prova teórica e experimental, para selecionar os 4 primeiros que vão para IChO, e os outros 4, do quinto ao oitavo colocado, vão para a Olimpíada Iberoamericana de Química”, explicou.
O Brasil começou a participar da IMChO em 2023, a edição realizada no Cazaquistão contou com quatro alunos brasileiros e a conquista de duas medalhas de bronze e uma de prata. Em 2024, a 58ª edição foi realizada na China com 10 alunos brasileiros que resultaram em duas medalhas de bronze e uma de prata. Na edição deste ano, dos 15 alunos que competiram, oito medalhas de bronze foram conquistadas, destes sete estudantes são do Ceará e um de São Paulo. Os mentores desta Delegação Brasileira foram a Profa. Nilce Viana Gramosa Pompeu de Sousa Brasil e o Prof. Mariano George Sousa Vieira.
A IMChO é considerada de alta complexidade, composta por duas provas teóricas, chamadas de rounds, e uma prova experimental. “As questões dela são muito desafiadoras, tanto no round teórico 1 quanto no 2. No primeiro, os estudantes recebem 8 questões para os responderem em 5 horas, questões realmente desafiadoras. No 2º round, eles têm 15 questões, no entanto, eles escolhem cinco para responderem, sendo que cada uma das cinco devem estar em áreas diferentes, a saber, a área de Físico-Química, Química analítica, Química Orgânica, Química Inorgânica, Polímeros, Ciências da Vida ou Bioquímica”, detalhou Samuel.
As olimpíadas são uma ótima ferramenta para estimular o interesse dos jovens pela ciência, incentivando o estudo e o aprofundamento em conteúdos de química. Por isso, Samuel destaca outras olimpíadas atrativas para alunos do ensino básico participarem e competirem. “As Olimpíadas impulsionam muito os alunos que querem participar das competições, a gente percebe que cada ano a gente aumenta muito a participação dos alunos, nós temos uma Olimpíada voltada exclusivamente para as meninas, que tenta trazer as meninas também para essa competição. Tem também uma que é voltada ali para o finalzinho do ensino fundamental, que é a Olimpíada Brasileira de Química Júnior, então existe aí uma gama de competições promovidas pelo nosso programa que visam trazer os alunos para o mundo da química”, finalizou.
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