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Estudantes de Medicina da UFPI realizam estágio inédito no SAMU

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Última atualização em Domingo, 24 de Março de 2019, 16h17

Pioneiro no Brasil. É assim que pode ser definido o estágio que os acadêmicos do Curso de Medicina da Universidade Federal do Piauí (UFPI) estão realizando no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Teresina. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o estágio é inédito no Brasil e é resultado da extensão do convênio assinado no início de julho entre a UFPI e a Fundação Hospitalar de Teresina (FHT), que coordena todos os hospitais do município e o SAMU.

Segundo a coordenadora geral do Internato e do Curso de Medicina da UFPI, Prof.ª Dr.ª Ione Lopes, o estágio permite a integralização do conhecimento. "Durante o internato (três últimos períodos do Curso dedicados à prática) os alunos passam a ter uma vivência global da área médica desde o atendimento ambulatorial e cirúrgico até a alta complexidade. Esses egressos sairão com o conteúdo básico completo, ou seja, com conhecimento amplo em todas as áreas. E isso a UFPI está podendo dar ao seu alunado, o que é gratificante para nós", explica.

Coordenadora geral do Internato e do Curso de Medicina da UFPI Prof.ª Dr.ª Ione Lopes

Foto: Camila Fortes

Para viabilizar o estágio, o Ministério da Saúde exige que cada estagiário seja acompanhado por um médico preceptor. "Dentro da ambulância, o interno faz parte da equipe e deve seguir a orientação do chefe, que é o médico", explica a diretora geral do SAMU, Helsimone Rodrigues. Durante o atendimento, o interno pode, por exemplo, participar do resgate, da imobilização e da reanimação do paciente. "O mais importante é que o aluno aprenda a lidar com situações de condução clínica de forma a oferecer aos pacientes a melhor saúde possível", completa.

Diretora Geral do SAMU Helsimone Rodrigues

Foto: Kívia Rodrigues

A primeira turma de internos no SAMU é formada por 21 estudantes, que integram três equipes de Unidade de Suporte Avançada (USA) e têm como preceptores os médicos, que colaboram de forma voluntária com o estágio. O estudante de medicina Nicolas Cabalerro afirma que o estágio "lhe fez acreditar na seriedade e eficiência do atendimento móvel de urgência em Teresina". Um dos preceptores é o médico socorrista Mauro Carvalho Silva. Médico do SAMU desde 2004 e com experiência docente, ele explica que "a preceptoria é um atendimento em serviço", na qual não há rotina e nem obediência a uma sequência de conteúdos como na sala de aula.

Médico socorrista do SAMU e preceptor Mauro Carvalho Silva

Foto: Kívia Rodrigues

Os internos destacam, também, o acolhimento por parte dos profissionais do SAMU. "A equipe foi muito receptiva com os novos estagiários. A interação não só facilitou as atividades, mas reforçou a importância do trabalho em equipe e do respeito aos colegas, merecendo um agradecimento especial dos acadêmicos que participaram desse primeiro ciclo de treinamentos", afirma Tomásia Monteiro, que pertence ao primeiro grupo de alunos a ser admitido no SAMU. Dos 24 dias de estágio, a acadêmica leva lições para a vida profissional: "Quanto aos pacientes, nos deparamos com situações críticas, em que treinamos não só a nossa capacidade de resolução clínica de casos, mas também a paciência e a relação médico-paciente e com familiares em situações delicadas".

Tomásia Monteiro (ao centro) entre os internos da primeira turma de estagiários do SAMU

Foto: Arquivo Tomásia Monteiro

A diretora geral do SAMU, Helsimone Rodrigues, destaca que "o treinamento pré-hospitalar em um estágio de graduação envolvendo aluno em ambulância é novidade no país". Antes de irem a campo, os estagiários participam de capacitação ministrada pelo Núcleo de Educação e Urgência do SAMU, quando aprendem noções de abordagem primária e secundária de trauma, reanimação, imobilização e rolamento.

Representantes da UFPI, da FHT/PMT e alunos de Medicina em solenidade de assinatura do estágio

Foto: Arquivo Tomásia Monteiro

Egressa da UFPI e concursada há sete anos no SAMU, a médica Helsimone Rodrigues responde pela Direção Geral do Serviço desde janeiro de 2013 e apoia o estágio como ferramenta de capacitação humana e profissional. "Meu sentimento é de satisfação. Minha formação como médica devo à UFPI e, como gestora pública, espero que o estágio no SAMU contribua com a formação de médicos mais humanizados. Acredito que a exposição a situações de urgência colabora com a formação de profissionais mais sensíveis".

Com o novo estágio, a sociedade também ganha ao receber profissionais mais capacitados no atendimento de urgência e emergência.

Internato - O internato do Curso de Medicina da UFPI tem duração de 18 meses (um ano e meio), período em que os acadêmicos realizam rodízio por cinco áreas básicas (Tocoginecologia, Saúde Coletiva, Pediatria, Clínica Médica e Dermatologia). "Os alunos realizam o estágio no momento em que já têm uma carga teórica muito boa, já passaram por todas as disciplinas, já têm a vivência teórica e, agora, terão a vivência prática", esclarece Dr.ª Ione Lopes.

Respondendo pela Coordenação do Curso desde janeiro de 2014, a coordenadora afirma que o próximo desafio é ampliar o tempo do internato para 24 meses (dois anos).

SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) é uma política nacional voltada para o atendimento pré-hospitalar, que prioriza o atendimento a pacientes acometidos pelo agravo antes de chegar ao hospital. Foi criado há 10 anos por iniciativa do Ministério da Saúde. O serviço possui uma central de regulação que recebe ligações gratuitas - pelo número 192 no Brasil -, pela qual o médico conversa com o solicitante e avalia o grau de risco do paciente para posterior envio da equipe. Por dia, são realizados aproximadamente 100 a 150 atendimentos com saída de ambulância. O número de chamadas telefônicas chega a mais de 300.

Foto: Kívia Rodrigues

 O SAMU conta com dois tipos de ambulância:

  • Unidade de Suporte Avançada (USA), cuja equipe é composta por médico, enfermeiro, técnico e condutor. Utilizadas em ocorrências de risco imediato, nas quais o atendimento precisa ser realizado em até 10 minutos;
  • Unidade de Suporte Básico (USB), composta por técnico e condutor capacitados para atendimento de primeiros socorros. São utilizadas em atendimentos que podem esperar de 50 minutos a três horas.

O número de ambulâncias é determinado pela população. De acordo com o Ministério da Saúde, o recomendado é uma ambulância básica para cada 100 mil habitantes e uma avançada para cada 400 mil. No caso de Teresina, oito ambulâncias de suporte básico e duas do tipo avançado. Devido à demanda de atendimentos, a Prefeitura Municipal mantém mais três ambulâncias.

Foto: Kívia Rodrigues

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