Encontro no Salão Nobre da Reitoria
A África é o berço da humanidade e do conhecimento. Sua importância cultural, social e histórica para o Brasil e para o mundo é imensurável. Nessa perspectiva, a Administração Superior da Universidade Federal do Piauí (UFPI) se reuniu com estudantes africanos da Instituição. O encontro teve como objetivo principal discutir a realização do evento “Jornada Comemorativa do Dia da África”.
Como o “Dia Mundial da África”, neste ano, cai em um domingo, o evento está previsto para ocorrer no dia 23 de maio, no campus Ministro Petrônio Portella. O local exato e outras informações serão divulgados em breve. Para o professor Edmilson Moura, vice-reitor da UFPI, a iniciativa é essencial.
“Hoje fomos procurados na Reitoria por estudantes da UFPI que são do continente africano que desejam celebrar o Dia da África, comemorado em 25 de maio. Eles querem realizar um evento na Universidade, onde pretendem discutir os desafios enfrentados pelo continente, apresentar essas questões à sociedade e integrar os estudantes africanos da UFPI nesse importante debate”, afirmou.
Durante a reunião, os discentes também manifestaram interesse em fundar uma associação de estudantes africanos na UFPI. Ambas as propostas foram acolhidas com entusiasmo pela Administração Superior.
Nós orientamos que os alunos buscassem a professora Edna Joazeiro, da Assessoria Internacional, para prestar apoio institucional. Também indicamos o advogado Herbert Maciel, da ADUFPI, que poderá auxiliar nos trâmites legais da formalização”, explicou Edmilson Moura.
A professora Waleska Albuquerque, pró-reitora de Extensão e Cultura, destacou a importância desse momento para a comunidade acadêmica, especialmente para os estudantes de origem africana.
“Esse trabalho conjunto entre PREXC, PREG e Reitoria é fundamental para que esses alunos se sintam verdadeiramente acolhidos e representados dentro da nossa instituição”, ressaltou.
Ela também enfatizou que a ação busca promover a integração dos estudantes africanos, reconhecendo suas especificidades:
“É um momento importante, pois esses estudantes enfrentam realidades diferentes dos nossos alunos brasileiros e precisam de apoio específico dentro da comunidade universitária.”
Mamadú Saído Djaló, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas (PPGPP/UFPI) e natural da Guiné-Bissau, mas residente no Piauí, destacou a relevância de inserir a pauta africana no centro das discussões acadêmicas.
“Viemos trazer para a Universidade uma pauta essencial: colocar o continente africano no centro do debate. Não há como compreender a formação da sociedade brasileira sem considerar a África. Por isso, é essencial abordar temas como a transformação estrutural do continente africano, o combate à escravidão e ao colonialismo, e sobretudo, valorizar o conhecimento originado na África, que foi difundido — e, muitas vezes, apropriado.”
Maimuna Muamy Injai, estudante do curso de Ciências Sociais e também originária da Guiné-Bissau, frisou a relevância do evento para estudantes africanos e brasileiros:
“O evento celebra a fundação da União Africana, que visa unir o continente na luta pela emancipação dos povos africanos. A África, com seus 54 países, é um continente vasto e diverso. Essa data é uma oportunidade de reflexão sobre seu passado, presente e futuro. Não se trata apenas da África, mas também do Brasil, o segundo país com a maior população negra do mundo. Queremos que esse evento seja um espaço de intercâmbio, onde brasileiros descendentes de africanos possam se conectar com estudantes africanos e celebrar, juntos, a africanidade.”
Participaram da reunião: Edmilson Miranda, vice-reitor da UFPI; Gardenia Pinheiro, pró-reitora de Ensino de Graduação; Waleska Albuquerque, pró-reitora de Extensão e Cultura; Alexandre Medeiros, diretor de Governança e representante da PROPLAN; Agostinho Coe, professor do Departamento de História; Mamadú Saído Djaló, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas (PPGPP); Boàs dos Santos, doutorando do PPGPP; Adjaime de Freitas, doutorando do PPGPP; e Maimuna Muamy Injai, graduanda do curso de Ciências Sociais.