O ambiente acadêmico é plural, reunindo pessoas com as mais diversas trajetórias e vivências. Nesse contexto, é fundamental que todas as pessoas tenham acesso às mesmas oportunidades e direitos dentro da instituição em que estudam. Com esse objetivo, a Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (PRAEC), criou a Coordenadoria de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade (COIDEIA). Essa iniciativa busca promover e consolidar políticas, práticas e uma cultura inclusiva e acessível, combatendo discriminação e violência baseadas em fatores como raça, classe, cultura, gênero, sexualidade, idade, corpo e deficiência.
Reitora da UFPI, Nadir Nogueira. Foto: Arquivo SCS/UFPI
Para a reitora da UFPI, Nadir Nogueira, a criação da COIDEIA era imprescindível para o bem-estar da comunidade acadêmica da Instituição. “Diante da complexidade e da necessidade de uma política efetiva contra qualquer tipo de discriminação, decidimos criar a Coordenadoria de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade para tratar especificamente dessas questões, que são desafiadoras e demandam atenção constante. É imprescindível que a Universidade seja um ambiente acessível, seguro e respeitoso para todas e todos”, enfatizou.
Professor Fábio Passos é coordenador da COIDEIA. Foto: Arquivo SCS/UFPI
Coordenada pelo professor Fábio Passos, do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFPI, a COIDEIA tem como objetivo fomentar ações afirmativas internas que impactem o ensino técnico e tecnológico, a graduação, a pós-graduação, a pesquisa, a extensão, a contratação de pessoal e a gestão institucional. Atuando de forma transversal, a Coordenadoria busca garantir que todas as pessoas tenham igualdade de oportunidades. Sobre a escolha do professor Fábio Passos para liderar a iniciativa, a reitora Nadir Nogueira explicou: “Ele nos ajudou a construir essa pauta desde a formulação da nossa plataforma de campanha, pois sempre foi prioridade desta gestão colocar a assistência estudantil em primeiro plano. Ele participou ativamente desse processo e demonstrou grande comprometimento em encontrar soluções, estratégias e programas que atendam a esses pilares”.
As atividades da COIDEIA são realizadas em articulação com outras estruturas da Instituição, com a meta de combater todas as formas de preconceito. Atualmente, a Coordenadoria presta assistência a quase 300 estudantes por meio do Núcleo de Acessibilidade da UFPI (NAU), que é vinculado à COIDEIA. Esse atendimento inclui 297 pessoas com deficiência, transtorno do espectro autista (TEA) e altas habilidades/superdotação, regularmente matriculadas em cursos de graduação. Segundo o coordenador Fábio Passos, há planos para ampliar esse suporte aos estudantes da pós-graduação em um curto prazo, assim como expandir as ações para os campi do interior. “Nossa intenção é compartilhar cada iniciativa com as coordenações dos NAEs nos campi do interior para que toda a comunidade acadêmica possa se beneficiar dessas políticas”, explicou.
Até o momento, foram realizadas reuniões para estabelecer parcerias em ações conjuntas. Está em andamento o processo de elaboração de laudos e planos de acessibilidade para garantir que todos os prédios da Universidade sejam acessíveis, assim como a implementação de placas de sinalização em braile, em colaboração com o Departamento de Química. Além disso, foi finalizado e executado o projeto de transporte acessível, iniciando no segundo semestre de 2024 pelo NAU.
Pró-reitor Emídio Matos. Foto: Arquivo SCS/UFPI
Para o professor Emídio Matos, pró-reitor de Assuntos Estudantis e Comunitários, a criação da COIDEIA é um marco na busca por uma Universidade mais justa, democrática e inclusiva. “Acreditamos que a COIDEIA representa um passo essencial para a construção de uma UFPI onde a diversidade e a pluralidade sejam genuinamente valorizadas”, afirmou. Ele destacou que, embora as transformações sejam desafiadoras, elas são necessárias para construir um ambiente acadêmico mais inclusivo e acessível. “Essa iniciativa também representa um desafio para a UFPI, especialmente no que se refere às mudanças na cultura organizacional e à complexidade de atender às demandas dos diferentes campi. No entanto, ela também abre novas oportunidades, como a promoção da igualdade de oportunidades e o desenvolvimento de novas práticas e políticas institucionais”, ressaltou.
Para o coordenador Fábio Passos, essas ações são essenciais diante das mudanças no perfil dos estudantes ingressantes. “As políticas de inclusão devem acompanhar as transformações na comunidade acadêmica. A nova gestão da Universidade reconhece a urgência de estruturar essas políticas de diversidade, inclusão e acessibilidade, garantindo sua articulação com as demais políticas afirmativas”, afirmou.
A Coordenadoria de Inclusão, Diversidade, Equidade e Acessibilidade (COIDEIA) baseia-se no princípio da equidade, reconhecendo que existem diferenças culturais, históricas, econômicas, de gênero, acessibilidade e outras, que resultam em desigualdades na sociedade. “Nesse sentido, seu papel é corrigir essas assimetrias, assegurando condições que permitam a todas as pessoas ter acesso pleno às oportunidades oferecidas pela Universidade”, concluiu.
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