Transformar desafios em oportunidades e garantir que o conhecimento chegue a todos: esses são os objetivos do Projeto de Extensão "Engenharia Inclusiva: Acessibilidade para Pessoas com Deficiência Visual a partir de Práticas de Engenharia Elétrica", desenvolvido na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Coordenado pelo Prof. Marcos Antônio Tavares Lira, do Centro de Tecnologia (CT/UFPI), o projeto promove acessibilidade e inclusão na comunidade acadêmica, com a criação de soluções tecnológicas que auxiliem pessoas cegas ou com baixa visão. Vale mencionar que no primeiro ano do projeto, iniciado em março de 2024, a iniciativa atendeu 25 estudantes.
A importância da inclusão na Engenharia
Professor do curso de Engenharia Elétrica e Pró-reitor de Planejamento da UFPI, Marcos Lira
A ideia do projeto surgiu da necessidade de ampliar o acesso de pessoas com deficiência ao ensino formal, especialmente no campo da engenharia. "A motivação inicial foi abrir a Universidade para esse público específico, alinhando-se ao pilar da extensão universitária. Nosso maior desafio foi mapear onde estavam esses jovens e adolescentes com limitação na visão, o que foi um processo difícil, mas que contou com o apoio da Secretaria Estadual de Inclusão de Pessoas e do Núcleo de Acessibilidade da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (NAU/PRAEC)", explica o coordenador Marcos Lira.
O projeto propõe uma abordagem inovadora, dividida em duas fases: ensinar conceitos de engenharia elétrica e robótica para estudantes com deficiência visual. As atividades começam nas escolas, onde são apresentados kits didáticos para montagem de circuitos elétricos. Em um segundo momento, os alunos são levados para os laboratórios da UFPI, onde participam de práticas supervisionadas, como acionamento de lâmpadas, tomadas e ventiladores, tendo em vista a promoção de um aprendizado mais interativo e acessível.
Parcerias e expansão do Projeto
Com foco inicial nos alunos do ensino fundamental e médio da rede estadual e municipal, a iniciativa visa proporcionar uma experiência prática a estudantes que, muitas vezes, aprendem conceitos teóricos sem a oportunidade de experimentá-los em laboratório. "Nosso público-alvo são escolas que tenham estudantes com deficiência visual interessados em aprofundar seus conhecimentos em física e engenharia elétrica", destaca o professor.
Além disso, o Projeto conta com o envolvimento de alunos de extensão, iniciação científica e integrantes do Programa de Educação Tutorial (PET) de Engenharia Elétrica. Eles são responsáveis pela elaboração dos guias e práticas que são aplicados durante as atividades.
Com perspectivas de continuidade e expansão, o projeto busca novas parcerias com escolas interessadas em oferecer essa experiência aos seus discentes. "Escolas e diretores que tenham alunos com deficiência visual podem entrar em contato com a UFPI, especificamente com o curso de Engenharia Elétrica e o Centro de Tecnologia, para desenvolvermos essas atividades", ressalta e finaliza o coordenador.
A iniciativa torna palpável o compromisso da Universidade com a acessibilidade e inclusão no ensino, permitindo que mais estudantes tenham oportunidades igualitárias de aprendizado.