UFPI sedia debate sobre hanseníase em abertura do II Seminário Piauiense

Evento segue até amanhã, 30 de janeiro, no Cine Teatro da UFPI

O combate à hanseníase ganhou destaque na Universidade Federal do Piauí (UFPI) nesta quarta-feira (29/01), com a abertura do II Seminário Piauiense sobre Hanseníase, realizado no Cine Teatro da Instituição. O evento, em parceria com o Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (CIATEN), busca promover debates, apresentar novas descobertas científicas e reforçar estratégias para o enfrentamento da doença. A programação segue até quinta-feira (30/01), reunindo especialistas, pesquisadores e profissionais da área da saúde.

O pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFPI, Prof. Rodrigo Veras, enfatizou o papel da Universidade no avanço do conhecimento sobre a hanseníase. “Este evento reflete um compromisso essencial com a ciência, a saúde pública e a conscientização sobre uma doença que, apesar dos avanços, ainda desafia a nossa sociedade. A pesquisa tem um papel fundamental na identificação de novas abordagens para o diagnóstico, tratamento e combate ao estigma da hanseníase. E é exatamente nesse ponto que a Universidade se coloca como um pilar estratégico: promovendo conhecimento, capacitando profissionais e contribuindo para políticas públicas mais eficazes”, afirmou.

Professor Carlos Henrique Nery

Já o Prof. Carlos Henrique Nery, infectologista do Departamento de Medicina Comunitária, destacou a necessidade de conscientizar e desmistificar os estigmas em torno da enfermidade.

“A hanseníase é uma das doenças com maior estigma, tanto que seu nome foi alterado de lepra para hanseníase para reduzir o preconceito. No passado, pacientes eram isolados em hospitais fechados, onde passavam o resto da vida. Hoje, sabemos que a doença é tratável, curável e pouco transmissível. O diagnóstico é simples e depende do olhar atento dos profissionais de saúde, além de testes de sensibilidade. O mais importante é melhorar a qualidade do atendimento, ouvir os pacientes e valorizar o exame clínico, que permite um diagnóstico precoce antes do surgimento de lesões irreversíveis. Além disso, é essencial conscientizar a população para buscar atendimento médico diante de qualquer sintoma. Falar sobre hanseníase é falar de cuidado, é destacar educação, garantindo que mais pessoas tenham acesso tanto ao diagnóstico, quanto ao tratamento adequado”, adiciona.

A organizadora do evento, Profª Olívia Dias de Araújo, ressaltou a importância do seminário dentro da campanha Janeiro Roxo, que visa conscientizar a sociedade sobre a hanseníase. “Hoje estamos realizando o Seminário, dentro da programação do Janeiro Roxo, um mês dedicado a ações de conscientização sobre a doença. O evento reúne profissionais e estudantes da área da saúde, de modo a debater um agravo negligenciado e endêmico no Estado. O Piauí ocupa atualmente a quinta posição no Brasil em número de casos, tornando essencial essa discussão. O seminário busca trazer inovações tecnológicas e científicas para fortalecer o combate à hanseníase, principalmente aproveitando este mês de campanha do Janeiro Roxo”, finaliza.

A programação do seminário inclui mesas-redondas, palestras, exposições de painéis epidemiológicos e protocolos de investigação, além da seleção e premiação de experiências exitosas relacionadas ao tratamento da hanseníase.

Fizeram parte da mesa de honra Leila Marília da Silva Santos, superintendente de Atenção Primária à Saúde e Municípios; Elizabeth Queiroz, presidente do Conselho Estadual de Saúde; Maria do Amparo Salmito, representante da Fundação Municipal de Saúde (FMS); Lidiane Rodrigues, representante do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (COREN-PI); Karla Carvalho, Ellen Xavier, representante do NHR Brasil; Luimar De Jesus Santos e Ruimar Batista.

Para mais informações, acesse o site do evento.

Confira também o instagram @ciaten.ids.