O Cine Teatro da Universidade Federal do Piauí (UFPI) será palco do II Seminário Piauiense sobre Hanseníase, que ocorre nos dias 29 e 30 de janeiro. O evento, promovido pelo Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (CIATEN) e pela Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (SESAPI), tem como objetivo promover um espaço de discussão e aprofundamento sobre a prevenção, diagnóstico e avanços no enfrentamento da hanseníase. As inscrições para a submissão de trabalhos são gratuitas e seguem abertas até o dia 19 de janeiro.
De acordo com a organizadora do evento, a professora Olívia Dias de Araújo, do curso de Enfermagem da UFPI, o seminário integra a campanha Janeiro Roxo e visa levar informações à população, em função dos altos índices de infecção registrados tanto no Brasil — que ocupa o segundo lugar no ranking mundial — quanto no Piauí, que figura entre os quatro ou cinco estados com maior número de casos, conforme as últimas avaliações nacionais. “É uma doença infecciosa, transmitida de pessoa a pessoa por meio de uma bactéria, que provoca a destruição dos nervos, resultando em incapacidades físicas. Apesar de ser curável e ter tratamento gratuito no SUS, não conseguimos reduzir os casos, pois há questões sociais como a desigualdade e a precariedade das condições de moradia, que ainda dificultam o controle da doença. O objetivo do seminário é trazer a hanseníase para o centro das discussões, para que as pessoas percebam os sinais e busquem o tratamento”, enfatiza.
Nesse contexto, o seminário também busca atualizar os profissionais de saúde sobre o reconhecimento da hanseníase como um problema de saúde pública, com o Piauí ocupando o segundo lugar no Nordeste em número de casos. O evento contará com debates sobre os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da hanseníase, além de especialistas e pesquisadores que compartilharão suas experiências e conhecimentos sobre a doença.
A programação inclui, entre as presenças confirmadas, a coordenadora-geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação (CGHDE) do Ministério da Saúde, e Verônica Schmitz Pereira, pesquisadora da Fiocruz responsável pela LepVax, primeira vacina específica para a hanseníase a ser testada no Brasil. "Também teremos uma exposição de arte no Museu do Piauí e, durante o seminário na UFPI, ocorrerá a premiação dos melhores trabalhos apresentados", acrescenta a professora Olívia Dias.
Os trabalhos submetidos ao seminário serão avaliados na Seleção de Experiências Exitosas e concorrerão à Premiação nas categorias: Diagnóstico, Tratamento, Reabilitação, Controle, Educação em Saúde e Enfrentamento ao Estigma e Preconceito.
O seminário visa, ainda, reconhecer os esforços de profissionais e instituições que se dedicam ao combate à hanseníase, buscando inspirar novas ações inovadoras e fortalecer a luta contra a doença.
Acesse o link de inscrição e programação do evento aqui.
Confira o instagram @ciaten.ids.