Grupo de Pesquisa Incentiva a Alfabetização Científica e o Ensino de Ciências nas Escolas de Floriano (PI)

Grupo de Pesquisa leva aprendizado para além dos muros da Universidade

O Grupo de Estudo e Pesquisa em Ensino de Ciências e Biologia (GEPECBio), criado em outubro de 2021 pela professora Raquel Sousa Valois, docente da Universidade Federal do Piauí (UFPI), no Campus de Floriano, tem se destacado como uma iniciativa essencial no desenvolvimento de pesquisas e ações extensionistas voltadas à alfabetização científica (AC) e ao ensino de ciências por investigação (EnCI). Desde sua fundação, o grupo realiza suas atividades no Laboratório de Ensino de Ciências e Biologia (LENCiBio), no Campus Amílcar Ferreira Sobral (CAFS), com o objetivo de promover uma educação científica mais acessível e transformadora, tanto na universidade quanto nas escolas e nas comunidades ao redor.

"Clube de Ciências Cajuína" proporciona o primeiro contato das crianças com o mundo da ciência

Entre as principais iniciativas do GEPECBio, destaca-se o Clube de Ciências Cajuína, um projeto de divulgação científica que recebeu 100% de financiamento no edital de divulgação científica do CNPq em 2022. O Clube atua em escolas públicas de Floriano. As ações são elaboradas com base nas curiosidades dos alunos, o que torna as atividades mais interativas e envolventes, estimulando o pensamento científico e a investigação. Em 2023 e 2024, o projeto atendeu três escolas, abrangendo desde a educação infantil até os anos finais do ensino fundamental. Durante as atividades, as crianças tiveram a oportunidade de explorar temas como animais, zoologia, botânica, corpo humano e astronomia. Sempre com uma abordagem investigativa que incentiva a curiosidade e a exploração científica.

A professora Raquel destaca a importância de trabalhar com alunos de diferentes idades e contextos. Em 2024, o grupo concentrou suas ações em escolas localizadas em áreas periféricas e com grande vulnerabilidade social. "Foi incrível ver como as crianças ficavam encantadas e engajadas de vir para o Clube de Ciências Cajuínas toda semana. O feedback das meninas e de suas mães foi muito positivo", afirmou. Além disso, as atividades realizadas com as crianças são acompanhadas de perto pelos licenciandas da UFPI, que utilizam essas ações como base para seus projetos de iniciação científica. Um exemplo disso é Alayne Góes, aluna do grupo, que conquistou o 1º lugar na área de Ciências Humanas no Prêmio de Iniciação Científica do Seminário Integrado da UFPI (SIUFPI 2024).

Alayne Góes faz parte do GEPECBio

Alayne Góes compartilhou sua experiência ao fazer parte do projeto e ao receber o prêmio: "Primeiramente, acredito que ter o reconhecimento do meu trabalho como pesquisadora e extensionista no ensino de ciências é algo extremamente gratificante. Sabemos que, na maioria das vezes, a educação é bastante desvalorizada no nosso país. Por isso, ver minha iniciação científica ser premiada em primeiro lugar, concorrendo com trabalhos de outros Campi da UFPI, foi uma experiência ainda mais marcante. Esse prêmio não apenas reconhece minha dedicação e esforço, mas também destaca a relevância das ações de ensino, pesquisa e extensão como ferramentas para transformar realidades e promover mudanças significativas na sociedade."

GEPECBio realiza ações em escolas 

O projeto também realiza ações em cidades vizinhas no Piauí e Maranhão, levando ciência de forma itinerante, com o objetivo de levar a ciência a regiões mais distantes, onde o acesso a atividades científicas é mais limitado. Até o momento, o grupo já visitou nove cidades no Piauí e no Maranhão, levando estações de microscopia, astronomia, física, química e Arduino. Equipamentos adquiridos com o apoio do CNPq e da FAPEPI, como microscópios didáticos, telescópios, impressoras 3D e notebooks, têm sido fundamentais para essas ações, permitindo uma experiência imersiva e prática para os participantes. A professora Raquel ressalta a parceria com outros professores do curso e com pesquisadores de instituições externas, como a UFMG e a Cesar School (PE). Os professores Fernando Silva e Izabella Nunes estiveram em Floriano no início realizando formação com alunos vinculados ao GEPECBio, bem como cursos e palestras para a comunidade interna e externa.  

Para o futuro, o GEPECBio está planejando novas atividades em escolas e ações itinerantes noturnas para observação do céu e da lua, com o uso de telescópios de grande porte. Essa iniciativa promete atrair um público ainda mais diversificado e despertar o interesse pela astronomia e por outras áreas da ciência. A respeito da popularização da Ciência, a professora Raquel enfatiza a importância de adaptar a linguagem científica para diferentes públicos, garantindo que as informações sejam compreendidas por todos, independentemente do nível de escolaridade.

A professora Raquel mencionou: "O GEPECBio tem rendido muitos frutos. Em 3 anos, já foram realizadas mais de 27 produções acadêmicas, entre artigos, capítulos de livro e trabalhos completos apresentados em eventos. Todos estes frutos de nossas ações. Em 2025, com o meu vínculo no novo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da Natureza, da UFPI de Teresina, pretendemos aprofundar estudos e ter alunos de mestrado vinculados ao nosso grupo. Além disso, vamos buscar meios de garantir que nossas ações possam continuar tanto no contexto escolar como em espaços não formais e, para isso, estamos buscando parcerias para concorrermos a editais nacionais. Estamos prevendo realizar pelo menos 6 itinerantes no Piauí e Maranhão. O importante é não parar de levar a ciências para o maior número possível de pessoas e mostrar a importância do ensino de ciências e da divulgação científica para a sociedade”.

Acesse também o instagram @gepecbiocafs.

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