Professor da UFPI aprimora uso de software que simula enchentes e ruptura de barragens

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Professor do Departamento de Recursos Hídricos, Geotecnia e Saneamento Básico, Jean Prost Moscardi

O professor do Departamento de Recursos Hídricos, Geotecnia e Saneamento Básico da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Jean Prost Moscardi, realiza o aprimoramento do programa “Hec-Ras”, software desenvolvido pelo Exército Americano e amplamente utilizado para simular eventos de drenagem e rupturas de barragens. O Hec-Ras é um dos programas mais aceitos mundialmente para essas questões e sua licença é livre, desde que respeitados os direitos autorais. A inovação proposta pelo professor Jean Prost e sua equipe foi a inclusão da alocação de quarteirões nas simulações, algo que o programa original não permitia.

Com isso, os resultados se tornaram mais precisos, aproximando-se dos valores reais observados em campo. "Essa melhoria permite identificar áreas de maior concentração de água, arraste de pessoas e veículos, além da destruição de casas e pavimentação", destaca o professor Jean Prost.

O software já foi testado em diferentes Estados brasileiros, como São Paulo e Bahia, apresentando resultados promissores. Além disso, o professor ressalta que a equipe está em contato com órgãos - como a SEMARH e a Defesa Civil - discutindo parcerias para o uso do programa em diversas áreas, incluindo simulações de barragens. "O software pode ser utilizado em qualquer parte do mundo, desde que as curvas de nível sejam precisas, já que erros na topografia podem comprometer os resultados”, comenta.

A partir do aprimoramento da tecnologia, o professor Jean Prost recebeu a presença de líderes comunitários no Centro de Tecnologia (CT) para uma apresentação do software. Na oportunidade, foram apresentadas as inovações que tornam as simulações mais realistas e úteis para o planejamento urbano.

Roriz de Paula Nascimento, um dos líderes comunitários presentes, destacou a precisão das simulações realizadas para os bairros Portal da Alegria e Torquatto Neto, em Teresina, que sofrem com enchentes frequentes. “A simulação não pareceu algo virtual, foi muito real. Essa ferramenta pode nos ajudar a reabrir o diálogo com o Ministério Público para resolver esse problema crônico do nosso bairro”, afirmou Roriz, que também mencionou o êxodo de moradores e empresários devido aos problemas causados pelas chuvas.

Após assistir às simulações, os líderes comunitários planejam mobilizar a população para ações preventivas. Uma das ideias é instalar placas sinalizadoras nas áreas de maior risco de alagamento, conforme apontado pelo software, além de provocar audiências públicas para discutir a construção de galerias de drenagem.

A visita reforça o compromisso da UFPI em colaborar com soluções tecnológicas voltadas para o bem-estar social e a segurança da comunidade externa afetada por desastres naturais.