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Dia do Rádio: FM Universitária desempenha papel de escola para radiojornalistas piauienses

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Última atualização em Quarta, 25 de Setembro de 2024, 12h06

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Rádio FM Universitária consiste em um espaço de aprendizado para estudantes do curso de Jornalismo

Nesta quarta-feira, 25 de setembro, é comemorado o Dia Nacional do Rádio no Brasil, data que celebra a história da radiodifusão no país. A Universidade Federal do Piauí (UFPI) possui no Campus Ministro Petrônio Portella, cidade de Teresina, um importante símbolo da produção radiofônica para o estado: A FM Universitária. Inaugurada em setembro de 2011, a Rádio Universitária surge, por meio de convênio junto à Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), como um componente do curso de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da Universidade, de modo que sua produção seja voltada para um teor educativo, cultural e cidadão.

A Rádio é uma instituição ligada diretamente ao gabinete da Reitoria da UFPI, em atividade no Centro de Ciências da Educação (CCE), e funciona como uma rádio-laboratório, com finalidade de proporcionar aos estudantes o aprendizado da linguagem radiofônica, ao passo que estes têm também liberdade para o experimentalismo da linguagem na produção. A Rádio funciona diariamente durante as 24 horas do dia, a programação ao vivo no horário das 8 da manhã até às 17h30 em formato de Frequência Modulada (FM, em transmissão de rádio tradicional) e com transmissão via internet, e o restante do tempo com reprises dos programas e conteúdo transmitido diretamente pela Rádio EBC.

Segundo o diretor da FM Universitária, professor Sílvio Barbosa, a evolução profissional dos estudantes que passam pelo setor é evidente e descreve uma melhoria significativa na linguagem utilizada ao se comunicar com o público e entrevistados, assim como na postura profissional em estúdio. “O estágio é muito importante porque o aluno que passa por aqui já sai pronto para trabalhar na rádio comercial. Sabe como funciona o trabalho, como se portar frente ao microfone, como fazer uma entrevista, então facilita bastante ao aluno ingressar no mercado de trabalho”, enfatiza. Acrescenta que a Rádio traz visibilidade para a qualidade de ensino da UFPI no mercado radiofônico local e cita a edição mais recente do Prêmio SEBRAE Jornalismo - Etapa Estadual Piauí, em que bolsistas da FM Universitária ocuparam os três lugares do pódio.

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Chefe de redação da FM Universitária, Pedro Melo

A Rádio Universitária é o ponto de partida para muitos dos estudantes do curso de Jornalismo da UFPI no mercado de trabalho. Dentre eles, Pedro Melo, atual chefe de redação da FM Universitária pelo turno da manhã e editor chefe do Jornal da Universitária. Ele detalha que entrou como bolsista ainda durante o primeiro período da graduação. Segundo ele, foi um lugar importante para sua formação profissional, em que teve muitas oportunidades e experiências que garantiram seu crescimento e amadurecimento enquanto jornalista.

Pedro Melo reforça que a Rádio da UFPI é uma oportunidade para estudantes de Jornalismo iniciarem e saberem como funciona a profissão na prática, por ser um ambiente que permite atuação em vários setores diferentes da produção jornalística. “Comecei como produtor, depois tive oportunidade de fazer reportagens e em seguida apresentação de programas. Foi onde tive a minha primeira oportunidade, onde pude ter uma base de como funcionava a profissão em Teresina e de forma geral, o pontapé inicial na minha carreira, começar a atuar com o que gosto, que é rádio, e poder atuar como jornalista”, afirma.

Quem também faz parte da história da Rádio Universitária da UFPI é o bolsista Pedro Silva, discente do curso de Jornalismo da UFPI, que atua como repórter pelo Jornal da Universitária e apresenta o programa Musicalizando. O estudante explica que atuar no local lhe proporcionou agregar experiência prática do que aprendeu durante as aulas, bem como dar os primeiros passos na carreira de jornalista. Recentemente, ele garantiu o segundo lugar no 11º Prêmio SEBRAE de Jornalismo, com a matéria “Empreendedorismo na Periferia”, produzida na própria FM Universitária.

O estagiário frisa que acredita no potencial da Rádio como um ponto de partida importante para a carreira de jornalistas na realidade local. “Deve ser pensada como um espaço além de uma rádio laboratório do curso de jornalismo da UFPI. Em nível de qualidade técnica e de produção jornalística, não estamos atrás de nenhuma rádio local”, conclui.

Rádio em período de convergência midiática

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Rádio da UFPI fica localizada no Centro de Ciências da Educação (CCE)

A produção radiofônica foi diretamente impactada pela convergência midiática, conceito do pesquisador em comunicação Henry Jenkins que define a interação fluída entre meios de comunicação, de modo que as plataformas tradicionais se apropriam de inovações tecnológicas, interagem e compartilham conteúdo entre si. O professor do departamento de Comunicação Social da UFPI e pesquisador na área de Rádio, Paulo Fernando de Carvalho Lopes, explica que a mídia atualmente se adaptou com muito êxito à ao contexto da internet, na medida que surgiram novos formatos, contrapondo a noção de que esta fosse uma plataforma “morta”. “Com as novas tecnologias e a internet, o rádio se diversificou e passamos a ter webrádios e podcasts, e todos esses produtos, quando surgem e se caracterizam, provam que ele está vivo e traz inovações que os plataformas consideradas ‘nobres’ ainda não trouxeram”, enfatiza.

Paulo Fernando de Carvalho Lopes acrescenta que a internet é uma nova ferramenta pensada a partir das demandas dos centros urbanos, de modo que não está presente em todo o vasto território brasileiro, ainda não chega devido a dificuldades logísticas. O rádio, em contrapartida, tem a possibilidade de alcançar regiões das mais remotas, o que o faz ser um veículo de grande importância na entrega de informação para populações de regiões interioranas. “Durante a pandemia de Covid-19, todas as pesquisas de credibilidade no enfrentamento às ‘fake news’ trouxeram o rádio em primeiro lugar como veículo de confiança segundo o público. O rádio permanece a prestar um grande serviço à população, é um dos únicos meios que continuam a chegar na população com velocidade e informações importantes, sendo que algumas outras plataformas tem limitações, em especial os que usam redes sociais", afirma.

O professor argumenta que esta mídia se renovou continuamente durante o tempo desde a sua chegada em solo brasileiro, desde a constituição das primeiras rádio sociedades, a era de ouro,o surgimento da televisão como um concorrente, o surgimento da Frequência Modulada (garante maior qualidade de áudio da transmissão), as rádios All News (rádios puramente noticiosas) e atualmente sua realidade junto à internet. Segundo ele, a inserção da rádio no contexto digital possui como aspecto negativo a precarização do trabalho, na medida que os avanços técnicos resultaram na diminuição do número de profissionais em redações, o que por sua vez causa um acúmulo de funções ao radialista contemporâneo.

Paulo finaliza a associar a renovação do rádio no mercado e a procura contínua do público devido a proximidade do interlocutor com o público, por considerar que a transmissão radiofônica passa pelo escopo da contação de histórias, algo que foi potencializado pelas novas tecnologias. “É um contato individual direto, pessoal, e eu diria até íntimo no sentido de uma fala e escuta entre sujeito e emissor, cada qual com um fone de ouvido; ninguém sabe o que acontece na interlocução, somente quem ouve. O rádio sendo um meio quente, como dizia McLuhan, aguça sentidos que outros veículos não conseguem”, conclui.

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