Ao centro da foto, o professor Márcio Mascarenhas
A convite do Ministério da Saúde, o professor Márcio Mascarenhas, do Departamento de Medicina Comunitária da Universidade Federal do Piauí (UFPI), participou da oficina de atualização da Ficha de Notificação de Violências Interpessoais e Autoprovocadas, nos dias 16 e 17 de setembro, na Sede da OPAS/OMS em Brasília-DF.
O evento teve como objetivo discutir as mudanças propostas para atualizar a Ficha de Notificação Individual de Violência Interpessoal e Autoprovocada, possibilitando a reflexão com base nas dinâmicas e contextos atuais da violência. A oficina reuniu técnicos e especialistas para discutir as mudanças necessárias, com base na realidade dos territórios e nas mudanças ocorridas desde 2015, quando ocorreu a última revisão. A revisão busca melhorar a coleta de dados e a formulação de estratégias de intervenção e prevenção mais eficazes.
A ficha de notificação de violências interpessoais e autoprovocadas é um instrumento utilizado em todos os municípios do Brasil para registrar o atendimento de pessoas que procuraram os serviços de saúde em decorrência de algum tipo de violência interpessoal (física, sexual, psicológica, negligência e suas diversas manifestações) ou autoprovocada (tentativa de suicídio, autolesão sem intenção suicida). Por meio da ficha é possível identificar pessoas em situação de violência e encaminhá-las ao atendimento mais adequado em tempo oportuno para realizar intervenções tanto no setor saúde, como por meio da mobilização de outros serviços de apoio interinstitucionais, com a finalidade de salvar vidas e reduzir sequelas.
A ficha é um importante instrumento para coleta de dados sobre a violência, compondo um dos agravos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. Por meio dos dados coletados no formulário, é possível realizar estudos epidemiológicos que permitem dimensionar a magnitude e as principais características deste evento, o que é fundamental para subsidiar a tomada de decisão e a elaboração de políticas públicas de prevenção e assistência.
A participação do pesquisador na equipe de criação do instrumento em 2006 e na equipe de revisão possibilita a cooperação institucional da UFPI junto ao Ministério da Saúde, por meio da promoção de intercâmbio entre pesquisa – ensino – serviço.