Pesquisa da UFPI utiliza calcário e gesso em áreas de plantio de soja do Cerrado brasileiro

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Aplicação e incorporação de calcário e gesso

A pesquisa do Doutorado em Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em parceria com a EMBRAPA Meio Norte e Aprosoja-PI, que foi realizada no município de Currais (PI), na região do Cerrado de Matopiba, tem por objetivo avaliar os efeitos da aplicação de calcário e gesso na fertilidade do solo e na produção de soja em áreas recém-convertidas para uso agrícola. Durante o estudo, foram avaliadas diferentes doses de calcário e gesso que foram aplicadas em parcelas experimentais. As mudanças nos atributos químicos do solo, na nutrição das plantas e na produtividade dos grãos de soja foram monitoradas durante dois anos. Vale mencionar, ainda, que a tese teve orientação do professor Julian Junio de Jesus Lacerda e coorientação do pesquisador da EMBRAPA, Henrique Antunes de Souza.

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Mais uma etapa de aplicação de calcário no solo

O resultado da pesquisa do professor Doze Batista, lotado no curso de Engenharia Agronômica do campus Professora Cinobelina Elvas, em Bom Jesus, mostrou que a aplicação de calcário e gesso melhorou significativamente as condições do solo, reduzindo a acidez e aumentando a disponibilidade de nutrientes como cálcio, magnésio, fósforo e enxofre. A aplicação de gesso influenciou positivamente as concentrações de cálcio e magnésio no solo, embora não tenha mostrado um efeito claro na produtividade da soja.

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Soja em desenvolvimento

Para o professor pesquisador, Doze Batista, ao entender como diferentes taxas de calcário e gesso afetam o crescimento da soja, o estudo pode ajudar os agricultores a otimizarem suas práticas de cultivo, resultando em maiores rendimentos e, consequentemente, em uma melhor segurança alimentar. “Os resultados do estudo podem informar políticas públicas e estratégias de desenvolvimento rural, promovendo práticas agrícolas que beneficiem tanto os agricultores quanto o meio ambiente”, informa.

O professor também afirma que a pesquisa fornece dados e insights sobre a interação entre calcário, gesso e a produtividade da soja, contribuindo para o corpo de conhecimento existente sobre manejo de solo e fertilização. Isso pode abrir novas linhas de investigação e aprofundar a compreensão sobre práticas agrícolas sustentáveis. “A pesquisa pode servir como um campo de aprendizado para estudantes e profissionais da área, promovendo a formação de novos pesquisadores e especialistas em Agronomia e Ciências do Solo”, destaca Doze.

No âmbito prático, ele ainda ressalta que o estudo pode ser aplicado em programas de extensão da universidade. “O estudo pode ajudar os agricultores a entenderem melhor como adaptar suas práticas às condições específicas do Cerrado do Matopiba, promovendo uma agricultura mais resiliente e adaptada ao clima local, além de também poder ser utilizada em programas de extensão rural e capacitação, ajudando os agricultores a entenderem a importância do manejo adequado do solo e a aplicação de insumos”, frisa.

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Soja em fase de enchimento de grãos

Por fim, o estudo concluiu que a calagem e a gessagem são práticas essenciais para o manejo da fertilidade do solo e para a produção de soja em solos ácidos do Cerrado, ressaltando a importância de ajustar as doses de aplicação, além das recomendações padrão, para maximizar o rendimento das culturas. A pesquisa fornece descobertas valiosas sobre a interação entre correções do solo, fertilidade e produtividade agrícola, enfatizando a necessidade de práticas de manejo de nutrientes equilibradas para promover a sustentabilidade agrícola na região.