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Graça Targino é agraciada com história declamada em cordel no 22° SALIPI

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Última atualização em Quarta, 12 de Junho de 2024, 19h11

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Obra conta a vida da professora com intimismo e muito ritmo

Na segunda-feira (10/06), a ex-docente do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Piauí (UFPI), escritora, bibliotecária e homenageada do 22° Salão do Livro do Piauí (SALIPI), recebeu mais uma honraria: sua trajetória foi declamada em cordel. Escrita pela também bibliotecária e cordelista Luzinete Fontenele, a obra intitulada "Maria das Graças Targino: Uma mulher notável" foi um destaque na programação do evento, no Espaço Bate Papo Literário.

“É uma alegria inenarrável estar hoje nesse espaço, que se torna ainda mais especial porque, como a colega disse, é de bibliotecário para bibliotecário”, ressaltou a escritora ao se referir à homenageada Graça Targino e à mediadora da conversa, Denise Veras. Natural do sertão de Piracuruca, Luzinete teve como primeira referência no cordel o avô, que era representante comercial. Sempre viajando pelas cidades, ele carregava na bagagem cordéis, almanaques e publicações correlatas. “Ele declamava com uma perfeição que me fez apaixonar pelo cordel naquela época”, falou nostalgicamente.

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Luzinete amava cordel desde criança e hoje tem mais de 20 títulos escritos

Ela destaca que o cordel a aproximou das letras aos 8 anos, quando ingressou na sua primeira escola. Já era admirada pelos professores por saber ler e escrever de maneira avançada em relação aos colegas de turma, apesar de sua pouca escolaridade. A escritora conta que a paixão pela literatura aflorou sua escrita apenas na vida adulta. Foi quando apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em sua especialização em Biblioteconomia, em Fortaleza, no formato de cordel, que passou a mostrar suas rimas ao mundo. O sucesso foi tanto que, desde então, não parou mais de declamar, tendo hoje mais de 20 títulos produzidos. “O cordel é um meio de educar, alfabetizar e 'culturar' as pessoas, e as escolas poderiam usá-lo como forma de aprendizado. É uma leitura que as pessoas se identificam, gostam de ouvir e é fácil de decorar”, disse.

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A àrea de Biblioteconomia ganha reverência durante o bate papo

Ao falar sobre o porquê da homenagem à Graça Targino, em versos que traçam a cultura nordestina, a autora não poupou elogios à colega de profissão: “Eu fiz Biblioteconomia em Fortaleza. Quando cheguei aqui em 1992, tinha muita teoria e quase nada de prática. Então, procurei meus pares bibliotecários e encontrei Eliana e Gisela, que estão aqui, e Graça Targino. Nós éramos um pouco mais de 30 bibliotecários naquela época e, logo que cheguei, o nome mais falado era o da Graça. Fui procurar saber mais sobre ela e vi que, além de desempenhar um papel belíssimo como bibliotecária, ela também era referência para nós como escritora, pesquisadora e, principalmente, por ser a mulher independente e empoderada que sempre foi”, frisou.

Confira um trecho do cordel:

Quero que Deus me ajude

Com a inspiração pura

Descrever uma mulher

Nessa forma de leitura

Demonstrar a trajetória 

Dos seus feitos e bravura

 

Cultura e inteligência 

Para ela dão renome 

Tem Graças igual Maria

Maria das Graças seu nome

Com a palavra Targino

Completando sobrenome 

 

Pela simples biografia 

Dessa mulher tão notória 

Que é a Graça Targino 

Conto aqui a sua história

Pessoa de grande vulto 

Para agregar na memória 

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