Pesquisa desenvolvida no Curso de Enfermagem de Picos investiga transtornos mentais em idosos

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Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB), da Universidade Federal do Piauí (UFPI)

O estudo “Sintomas de Ansiedade e Depressão em Idosos Atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS)”, coordenado pelas professoras Aline Ibiapina e Laura Formiga, ambas do curso de Enfermagem do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB), em Picos, tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre os problemas associados ao envelhecimento populacional. O estudo indica que, com o envelhecimento precoce, há uma tendência ao aumento da prevalência de transtornos mentais, como ansiedade e depressão, entre os idosos.

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Professora do Curso de Enfermagem de Picos, Aline Ibiapina

Para a professora Aline Ibiapina, esses transtornos podem comprometer significativamente a qualidade de vida e a autonomia dos indivíduos nessa faixa etária. “A ansiedade e a depressão são condições comuns, porém frequentemente subdiagnosticadas e subtratadas na APS, destacando a necessidade de uma abordagem mais eficaz e atenta para essa população vulnerável”, pontua.

Estudos realizados pelo projeto mostram a complexidade dos fatores que contribuem para a ansiedade e a depressão em idosos. Fatores sociodemográficos, como a solidão, a baixa renda e o isolamento social, são os que mais contribuem para o desenvolvimento desses transtornos, sendo necessário um diagnóstico e tratamento precoces. Isso porque a depressão entre idosos pode ser agravada por doenças crônicas, limitações físicas, além da percepção de perda de status social e familiar.

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Estudante de Enfermagem, Eduardo Mendonça

Na APS, a identificação precoce e o manejo adequado desses sintomas são cruciais. O estudante de Enfermagem e pesquisador do projeto, Eduardo Mendonça, ressalta a importância da identificação o quanto antes para obter melhores resultados. “O tratamento precoce é crucial, uma vez que, por meio dele, podemos prevenir complicações relacionadas à saúde desses idosos, melhorar a qualidade de vida, reduzir os efeitos sistêmicos da própria ansiedade e da depressão, reduzir os índices de suicídio dessa população e muito mais”, explica.

No processo de pesquisas para compreender a situação atual do país, estratégias de capacitação dos profissionais de saúde podem melhorar significativamente a detecção e o tratamento de ansiedade e depressão. A utilização de ferramentas de triagem, como a Escala de Ansiedade Geriátrica (GDS) e a Escala de Depressão Geriátrica (GDS), facilita a identificação de sintomas mesmo em estágios iniciais, além de tornar a pesquisa ainda mais proveitosa, de acordo com o estudante Eduardo Mendonça. “Participar da coleta nos aproxima do público-alvo e nos faz compreender de fato o objeto de estudo. Sem falar que a pesquisa de ansiedade e depressão nos idosos foi muito proveitosa. O contato com a população proporciona novas experiências a cada dia e sempre há uma história de vida diferente”, finaliza o estudante.

A intervenção psicossocial também desempenha um papel vital na gestão da saúde mental dos idosos. Sem dúvidas, programas que promovem atividades sociais, suporte psicológico e a participação em grupos comunitários têm mostrado eficácia na redução dos sintomas de depressão e ansiedade. Além disso, a integração de abordagens farmacológicas e não farmacológicas pode proporcionar um alívio mais abrangente e sustentável dos sintomas, melhorando assim a Atenção Primária à Saúde no Brasil.

Portanto, a identificação precoce, a capacitação dos profissionais de saúde e a implementação de intervenções psicossociais e integrativas são essenciais para melhorar a qualidade de vida desses pacientes. O ideal é ter um sistema de saúde que valorize a saúde mental e promova o bem-estar dos idosos, contribuindo significativamente para a longevidade saudável e a dignidade nessa fase da vida.