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Estudo da UFPI sobre corporalidades trans e sexualidades estimula o debate e a luta a favor de pessoas LGBTQIA+

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Última atualização em Sexta, 17 de Mai de 2024, 12h23

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Hoje, 17 de maio, Dia Internacional contra Homofobia, Bifobia e Transfobia destaca-se como uma data crucial para a luta global por respeito e igualdade para a comunidade LGBTQIA+. De acordo com o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, 273 pessoas LGBTQIA+ foram mortas em 2022, e 82% das vítimas eram transexuais e travestis. Em 2023 e 2024, os índices de violência contra pessoas LGBTQIA+ permanecem alarmantes, com inúmeros casos de agressões físicas, psicológicas e assassinatos motivados por homofobia e transfobia.

Embora desde 2019 a LGBTfobia seja considerada crime no Brasil, a criminalização, por si só, não é suficiente. Para isso é preciso educar as pessoas para a diversidade e para o respeito às diferenças. Um dos grandes desafios está em integrar debates construtivos sobre gênero e sexualidade nos espaços formativos, como escolas e universidades.

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Professora do Departamento de Ciências Sociais e Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPI, Mariane Pisani

A professora Mariane Pisani, formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestre e doutora em Antropologia, Mariane Pisani tem dedicado sua carreira a explorar as complexidades das identidades de gênero e sexualidades no Brasil. Atualmente professora no Departamento de Ciências Sociais e Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), ela orienta trabalhos sobre corporalidades trans e sexualidades LGBTQIA+ no contexto de Teresina.

De acordo com a professora Mariane Pisani, "os preconceitos e as violências contra as pessoas LGBTQIA+ são um problema no mundo e especialmente no Brasil, que é um dos países onde mais se mata pessoas LGBTQIA+." Entre as causas principais dessa violência, ela destaca o fundamentalismo religioso, a estrutura patriarcal e o sistema heteronormativo que permeia a sociedade brasileira.

Seus impactos são profundos e abrangentes, afetando tanto a esfera pessoal quanto profissional das pessoas LGBTQIA+. Essas violências invalidam a sexualidade e a identidade de gênero das pessoas, provocando dor e sofrimento tanto físico quanto psicológico, e, em situações extremas, resultam em assassinatos.

Para isso, as pesquisas acadêmicas sobre gênero e sexualidades são fundamentais para construir uma sociedade mais justa e inclusiva. "As pesquisas nos ajudam a conhecer, com mais detalhes e precisão, o cenário com o qual lidamos," explica Pisani. Quando bem conduzidas e apoiadas por políticas públicas, essas pesquisas podem resultar em mudanças significativas na vida das pessoas LGBTQIA+.

Ela cita algumas políticas públicas importantes, como a inclusão de campos de identidade de gênero e orientação sexual nos sistemas de informação em saúde e a participação dos movimentos sociais LGBT nos conselhos de saúde. "Essas políticas asseguram a cidadania das pessoas LGBTQIA+," reforça Pisani.

Com isso, a comunidade acadêmica pode desempenhar um papel crucial ao se articular com a sociedade civil. "Aliando pesquisas científicas aos investimentos públicos, podemos pavimentar uma sociedade mais equânime e menos violenta com as diferenças," afirma a professora.

O dia 17 de maio serve como um lembrete da importância de continuar lutando contra a homofobia, transfobia e bifobia, promovendo uma cultura de inclusão, respeito e dignidade para todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero ou orientação sexual.

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