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UFPI e Iphan firmam parceria sobre registro de batuques das comunidades negras e quilombolas do interior do Piauí

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Última atualização em Terça, 26 de Março de 2024, 11h28

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Parceria visa estudar e preservar batuques das comunidades negras e quilombolas do interior do Piauí

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) realizou, juntamente com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), um Termo de Execução Descentralizada (TED). O documento tem como objetivo a produção de pesquisa, de dossiê e vídeo documentário necessários para auxiliar no registro dos batuques das comunidades negras e quilombolas do interior do Piauí como Patrimônio Cultural do Brasil.

Firmado em outubro do ano de 2023, o TED contou com aporte total de R$ 300 mil reais. Um grupo multidisciplinar formado por antropólogos, etnomusicólogos e historiadores, todos professores da Universidade, iniciou, em março de 2024, a pesquisa etnográfica com trabalho de campo, levantamento de documentação, registro audiovisual e produção de relatórios acerca do tema.

De acordo com o Coordenador Administrativo do Iphan, Ricardo Augusto dos Santos Reis, o Instituto promove o estudo, há alguns anos, de seis batuques. “O Iphan já fez o Inventário Nacional de Referências Culturais, uma pesquisa em que há três níveis de aproximação: um levantamento preliminar, uma identificação e uma documentação. Já foram produzidos alguns vídeos também sobre esses batuques, alguns filmes, documentários e curta-metragens, e agora será realizada a pesquisa, por meio desse TED”, afirma.

Também integram a equipe, pesquisadores locais de cada uma das seis comunidades quilombolas envolvidas no projeto: Mimbó, em Amarante do Piauí; Volta do Campo Grande e Salinas, em Campinas do Piauí; Curral Velho, em São João do Piauí; Brejão dos Aipins, em Redenção do Gurguéia; e Custaneira, em Paquetá do Piauí.

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Professor do Curso de História do Campus de Picos, Fernando Muratori Costa

Os batuques são considerados um bem de referência cultural e de afirmação de identidade desses povos, inseridos dentro da concepção de patrimônio imaterial, recriados e atualizados por seus praticantes, por meio da memória e da oralidade. Fernando Muratori Costa, Professor do Curso de História do Campus de Picos da UFPI, destaca que a equipe de pesquisa conta também com a presença de um mestre quilombola, o que contribui nessa aproximação. “A caracterização do bem, a justificativa de por que registrar, falar sobre como o bem se intercala com a própria vida; com o próprio modo de vida das pessoas, com a identidade e com a noção de quem eles são. Tudo isso vai estar contemplado no nosso dossiê”, diz.

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Batuques são registrados como Patrimônio Cultural do Brasil

Considerados formas de resistência cotidianas e uma forma importante de manifestação cultural e da religiosidade de grupos e comunidades situadas em diferentes locais do Piauí, os batuques têm caráter performático e possuem um significado mais amplo como a dramaturgia, a enunciação e o gestual e se configuram a partir de origens complexas com referência às formas culturais africanas e crioulas.

A última etapa do vigente processo, que será avaliado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é a aprovação do registro. “Caso seja aprovado, o Iphan vai dar início ao processo de salvaguarda do bem, que é basicamente tomar providências para garantir a continuidade dele, para garantir que ele continue acontecendo e que as comunidades continuem tendo condições de manter os seus bens culturais vivos”, frisa o professor Fernando.

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