Das 7 Pró-reitorias, 6 são conduzidas por mulheres
A presença de mulheres em cargos de liderança e gestão tem se tornado cada vez mais constante em diversos setores da sociedade, o que também acontece na Universidade Federal do Piauí (UFPI), onde o público feminino tem ocupado posições de destaque e contribuído para o desenvolvimento e crescimento da instituição. Das 7 Pró-reitorias existentes, 6 são ocupadas por mulheres; e, dentre os órgãos suplementares, a condução feminina também se faz presente em espaços como a Biblioteca, o Restaurante Universitário, a Superintendência de Recursos Humanos e a de Comunicação Social.
Nesta matéria, mulheres que estão em cargos de gestão na UFPI falam sobre sua atuação e perspectivas no ambiente em que trabalham.
Coordenadora de Pesquisa e Inovação, Professora Keylla Maria De Sá Urtiga Aita
A professora Keylla Urtiga, doutora em Biotecnologia na área da saúde e Coordenadora de Pesquisa e Inovação, setor ligado à Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação (PROPESQI), tem abraçado o trabalho de fomentar na Instituição o trinômio pesquisa, inovação e empreendedorismo por meio do Programa InovaUFPI. Com o apoio do SEBRAE e da FADEX, o Programa é uma iniciativa pioneira para desenvolver o empreendedorismo e a inovação entre os estudantes, professores e pesquisadores da UFPI, estimulando a criação de startups e projetos inovadores que possam gerar impacto na sociedade e fortalecer o ecossistema de inovação.
Keylla Urtiga destaca que, apesar dos obstáculos que concorrem para que se possa perseverar e acreditar nas ações de impacto planejadas e executadas em Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), a presença de mulheres na gestão é fundamental para trazer uma nova perspectiva e sensibilidade para as tomadas de decisão. “A mulher tem um papel afetivo, de maior zelo e cuidado em tudo que realiza, peculiaridades da nossa natureza que se traduzem em resultados de grande impacto na gestão universitária”, afirma.
Hoje, 9 equipes incubadas, 3 em processo de comercialização de seus produtos inovadores participam do InovaUFPI com propostas aceleradas pelo Programa e com resultados expressivos das startups criadas.
Superintendente de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico da UFPI, Virgínia Tâmara Muniz Silva
A Professora Virgínia Muniz, Superintendente de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico da UFPI, destaca a importância da presença feminina em cargos administrativos e considera o entusiasmo e a determinação ingredientes valiosos na conquista e desenvolvimento do trabalho que as mulheres realizam. “Como profissional, aconselho às mulheres que almejam assumir cargos de liderança na gestão universitária que se empenhem, se dediquem e aceitem os desafios que surgirem. Ao enfrentar as adversidades com coragem, mesmo diante de uma sociedade ainda marcada pelo machismo e pelo preconceito de gênero, a atividade de liderança pode se tornar mais prazerosa. Não será fácil, mas enfrentar cada obstáculo com determinação, pode levar ao sucesso profissional”, enfatiza.
Pró-Reitora de Graduação, Professora Ana Beatriz Gomes
Para a Professora Ana Beatriz Gomes, Pró-Reitora de Ensino de Graduação (PREG/UFPI), estar em posição de destaque, vai além do inspirar, mas também consiste em representar. “Como mulher negra, assumir o atual cargo é uma conquista inovadora e um desafio imensurável”, enfatiza.
Ela coloca que as relações de gênero, historicamente construídas no Brasil, colocaram as mulheres num lugar subalterno no que tange à ocupação de cargos nas instituições públicas e privadas. “Embora atualmente as mulheres estejam ocupando cargos de reconhecida importância, a participação feminina brasileira nas esferas do poder ainda é exígua. Essa situação é mais gritante no que se refere à participação das mulheres negras. O exercício da gestão se apresenta como desafio e responsabilidade, não apenas por ser permeado por dificuldades, contradições e enfrentamentos diários, mas, sobretudo, por conta das desigualdades de gênero e raça que nos impele a estabelecer uma condução pautada pela equidade", pontua Ana Beatriz.
A Pró-Reitora ressalta, ainda, que uma sociedade igualitária, vem, também, diante de uma transformação em dar oportunidades. Para ela, mulheres negras em cargos de liderança podem transformar a sociedade, conduzindo e propondo mudanças internas, que abram possibilidades de carreira para esse contingente da população brasileira. “A composição de mulheres, especialmente de mulheres negras, na Administração Superior da UFPI é um avanço significativo e provoca uma visibilidade importante, já que representatividade negra desestabiliza a hegemonia numa sociedade majoritariamente machista e racista como é a brasileira", finaliza.