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Projeto da UFPI desenvolve novas técnicas de cultivo como apoio à agricultura familiar

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Última atualização em Quinta, 07 de Março de 2024, 11h54

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Professor Rafael de Souza Miranda em ocasião do V Simpósio de Ecofisiologia Sistêmica

No intuito de oferecer soluções no campo da agricultura familiar, o Professor Rafael de Souza Miranda, lotado atualmente no Departamento de Fitotecnia no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal do Piauí (DFIT/ UFPI), vem desenvolvendo o projeto “Bases Moleculares e estratégias de cultivo para mitigação dos danos do déficit hídrico em soja e feijão”.

A prática da agricultura, uma atividade ligada ao desenvolvimento humano, tenta se adaptar a condições climáticas, que exigem o uso mais sustentável dos recursos naturais. Ao diminuir a dependência hídrica no processo de produção de produtos como feijão e a soja, a iniciativa visa garantir a segurança alimentar e o sustento de comunidades rurais.

De acordo com o professor Rafael Miranda, a ideia surgiu após sua lotação como docente na UFPI de Bom Jesus, que fica no entorno de um dos principais polos agrícolas do estado. ‘’Bom Jesus apresenta diversos setores que cultivam espécies como a soja, milho e o feijão, esses dois últimos são explorados em maior escala pelo pequeno produtor. Pensando nisso, nós lançamos uma proposta para que os produtores mantivessem a produção mesmo quando tem esses episódios de falta de água, períodos chamados de veranicos”, afirma.

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Alana Cavalcante cursou Mestrado em Ciências Agrárias na UFPI

Atualmente cursando doutorado na Universidade Federal de Viçosa (UFV), Alana Cavalcante, também participou do estudo promovido pelo docente. Ela foi orientanda de mestrado do professor Rafael Miranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias (PPGCA). Alana enfatiza que o projeto contribui para o desenvolvimento sustentável, na produção de alimentos que atendam as necessidades nutricionais. "O projeto foi desenvolvido colaborando não só para produção, mas também para a subsistência daquela região’’, destaca Alana.

Nesse sentido, a temática também foi explorada durante o V Simpósio de Ecofisiologia Sistêmica, evento realizado em dezembro de 2023 na cidade de Fortaleza (CE). Na oportunidade, o professor Rafael Miranda apresentou dados dos estudos sobre a suplementação com magnésio em cultivares de soja. ‘’ Nós tentamos ativar a defesa da planta, suplementando ela com magnésio, assim o vegetal cresce melhor mesmo quando submetida a uma condição adversa’’, explicou.

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Milena Luz, discente do curso de Engenharia Florestal da UFPI

Milena Luz, discente do curso de Engenharia Florestal da UFPI, conta que entre as metas estabelecidas pelo estudo está trazer alívio aos pequenos produtores, logo que se propõe a diminuir a dependência hídrica em tempos de estiagem prolongadas. ‘’Os longos períodos de estiagem acabam impactando diretamente a qualidade de vida das populações, a pesquisa atua em encontrar maneiras de diminuir os efeitos, uma vez que a água é um fator fundamental para a manutenção da vida terrestre’’, relata.

Etapas do Projeto

O projeto ainda encontra-se em sua fase inicial, com experimentos em campo e laboratórios. Na primeira etapa se define o planejamento dos ensaios, em que são analisados os aspectos físicos, químicos, e de crescimento das plantas e, em seguida, os experimentos são conduzidos em estufas e em campo.

Atualmente, alguns testes foram realizados com mudas de feijão que mostraram resultados positivos para os pesquisadores. No mestrado, a pesquisa ‘’Suplementação com enxofre na ativação de mecanismos de defesa contra o déficit hídrico em cultivares de feijão-caupi’’, buscou alternativas para lidar com a escassez de água. O trabalho foi defendido em 2022, a partir da dissertação de mestrado de Alana Cavalcante. ‘’Tendo em vista a realidade local e regional, em que a falta de água pode afetar o crescimento e desenvolvimento do feijão-caupi e pelo seu grande potencial econômico, a suplementação com enxofre é uma alternativa viável, dentro das doses que responderam ao tratamento”, explica o professor Rafael Miranda.

Segundo o professor Rafael Miranda, um dos benefícios do método, é proporcionar uma aplicação que reduza o risco de perdas. ‘’Quando o produtor fosse cultivar o feijão, na área de irrigação ou na área de sequeiro, ele poderia, por exemplo, aumentar a quantidade de enxofre no solo e tentar fazer com que o enxofre ative essa via de resposta na planta, pois se tivesse uma falta de água, a planta já estaria resistente e certamente iria crescer melhor’’, afirma.

Ainda de acordo com o professor Rafael, a última etapa do projeto visa desenvolver testes para avaliar a produção das plantas no campo. ‘’Ainda precisamos de mais investigações para lançar esse produto, fizemos esses testes para soja, e também tivemos bons resultados, então o próximo passo é levar para o produtor em geral’’, pontua.

Por último, vale ressaltar que o estudo conta com parceria do professor do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias (CCA), Francisco de Alcântara Neto; do Diretor do Campus Cinobelina Elvas, professor Everaldo Moreira da Silva; do professor do Departamento de Engenharia Agronômica, Julian Lacerda; e do professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Ceará, Enéas Gomes Filho.

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