Entre as sequelas presentes nas pessoas que são acometidas pela covid-19, está o comprometimento da respiração. Um projeto em andamento na Universidade Federal do Piauí (UFPI) intitulado “Gameterapia para auxílio de reabilitação respiratória”, tem buscado trazer melhorias para as pessoas que tentam recuperar a qualidade na respiração. Sob a coordenação da professora Carla Leite, do Departamento de Morfologia, o projeto conta com 6 alunos do curso de Medicina.
Coordenadora do projeto, Profa. Carla Leite e alunos
O projeto refere-se ao uso terapêutico de jogos digitais para auxiliar no tratamento de diversas condições de saúde física, mental e emocional. Sua base repousa na ideia de que a interação lúdica pode proporcionar estímulos positivos, motivar os pacientes e, consequentemente, acelerar o processo de recuperação. Fundamentada na utilização de jogos digitais e simulações interativas, essa forma de terapia tem ganhado destaque devido aos seus benefícios multifacetados.
Jogos digitais e simulações interativas
Durante o ano de 2023, o grupo realizou estudos para identificar tecnologias que auxiliassem na reabilitação respiratória por meio da Gameterapia. Iniciou-se o desenvolvimento de um jogo que utiliza um equipamento de sopro acoplado a um sensor de fluxo de ar para a reabilitação respiratória. Este método inovador busca adaptar a fisioterapia padrão ouro para a reabilitação respiratória por meio da Gameterapia.
A coordenadora da pesquisa, professora Carla Leite, destaca que o foco sempre foi a manutenção da reabilitação, e o primeiro trabalho do grupo abordou as aplicações respiratórias, especialmente relevantes no contexto pós-covid. “Queríamos apresentar algo novo, contribuindo para este momento desafiador. Enfrentamos desafios e aprimoramos as competências em conjunto. Agora, nosso produto de reabilitação avançou para a segunda etapa, a parte clínica, em que veremos sua validade em um contexto prático. Estamos ansiosos para os novos propósitos e desafios que o futuro nos reserva”, pontua.
O jogo criado, semelhante ao "Flap Bird", utiliza um peixinho controlado pelo fluxo de ar expirado pelo usuário para coletar moedas. O protótipo mostrou-se conceitualmente sólido, fácil de usar, com baixa demanda técnica e treinamento, promovendo uma abordagem inovadora para a reabilitação respiratória.
O estudante Pedro Henrique Sousa, explica como surgiu a ideia da pesquisa. “O processo de reabilitação é algo que muitos pacientes acham monótono e entediante, então nas nossas pesquisas encontramos a Gameterapia. O Respiron é considerado o padrão ouro para reabilitação, mas sua eficácia é contestada devido à repetição desestimulante nos tratamentos. A proposta aqui é somar ao existente, não substituir, proporcionando uma abordagem mais estimulante. Essa abordagem visa manter o paciente engajado e motivado durante o processo de reabilitação”, disse.
Aluno do curso de medicina, Pedro Henrique Sousa
Lucas Sabino, estudante que também participa da pesquisa, ressalta que espera que esta ferramenta seja acessível e de fácil aplicação, podendo ser integrada ao conjunto de recursos já utilizados no atendimento aos pacientes. “Estamos todos entusiasmados com as possibilidades que o futuro no campo da pesquisa nos reserva. Nossa abordagem é otimizar a gamificação do Respiron, considerando as mudanças nas necessidades pós-pandemia, como a recuperação respiratória após casos graves de covid-19”, concluiu.
Aluno do curso de medicina, Lucas Sabino
A Gameterapia representa uma evolução significativa na abordagem terapêutica, aproveitando a tecnologia para proporcionar experiências inovadoras e eficazes no campo da saúde. Ao integrar diversão e tratamento, essa modalidade oferece um caminho promissor para melhorar a qualidade de vida e acelerar a recuperação de uma variedade de condições clínicas.