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HU-UFPI esclarece sobre prevenção e tratamento da Hanseníase

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Última atualização em Quinta, 18 de Janeiro de 2024, 17h38

O mês de janeiro é tradicionalmente conhecido por intensificar o debate sobre a Hanseníase.  Trata-se de um problema de saúde pública notificada com mais de 19 mil casos em todo o Brasil, entre janeiro e novembro de 2023, segundo o painel de monitoramento do Ministério da Saúde. Neste Janeiro Roxo, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), esclarece sobre prevenção e tratamento.

Causada por uma bactéria chamada mycobacterium leprae (no formato alongado, conhecido como bacilo), a hanseníase acomete os nervos periféricos. Por esse motivo, os sintomas se refletem em sensações de choques, dormência e/ou queimação, perda da sensibilidade e da força das mãos e dos pés. Na pele, as manchas esbranquiçadas ou avermelhadas também são uma característica. Além disso, uma outra especificidade está relacionada ao período de multiplicação das bactérias que costuma ser muito lento.

“A Hanseníase é mais do que manchas e nódulos - é preciso conhecer seus sinais e sintomas, valorizar as queixas do paciente, examinar por meio da inspeção detalhada, da palpação de nervos periféricos e da pesquisa de sensibilidade de olhos, mãos e pés. A melhor forma de prevenção é o diagnóstico e o tratamento precoce”, disse Ana Lúcia França da Costa, dermatologista do HU-UFPI/Ebserh.

Como identificar e tratar

O profissional de saúde analisará as lesões, com técnicas para avaliar a sensibilidade cutânea. Esse teste, em geral, é feito por meio dos tradicionais tubos com água morna, para verificar a sensibilidade térmica; do algodão, avaliando a sensibilidade tátil; e do instrumento estesiômetro de monofilamentos, para investigar o grau de sensibilidade pelo toque e pressão. Aliado à análise clínica, também pode ser recomendada a biópsia com o exame histopatológico (análise do tecido).

“O Brasil é o segundo país em número de casos absolutos, ficando atrás apenas da Índia. Tivemos progresso importante nos últimos 40 anos, no entanto, a detecção de casos não diminuiu, e o que é mais preocupante é que o diagnóstico tem sido tardio, já que o diagnóstico com algum grau de incapacidade instalado tem sido relevante”, afirma a médica Ana Lúcia.

Com o diagnóstico, o tratamento é feito gratuitamente pelo SUS, seja por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou encaminhado para os serviços especializados, com medicamentos que combinam três substâncias antimicrobianas (clofazimina, rifampicina e dapsona). Nos pacientes sem bacilos viáveis (quantidade rara), o tratamento é previsto para seis meses. Para os casos multibacilares, é feito por um ano. É importante mencionar, conforme evidencia a médica, que, uma vez iniciado o tratamento, o paciente não transmite a doença.

Contaminação

A contaminação ocorre por meio das gotículas de mucosa oral e nasal (espirro, tosse) a partir do contato com pessoas que estão com a doença, mas não estão em tratamento, especialmente com as formas multibacilares, ou seja, quando o indivíduo possui múltiplos bacilos.

Especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce, feito a partir da devida atenção aos sintomas mencionados, principalmente porque, em estágios mais avançados da doença, pode haver acometimento nos membros (atrofias) e até cegueira.

Além disso, existe um fator de pré-disposição genética porque existem pessoas que já entraram em contato com a bactéria e seus organismos foram resistentes a ela, enquanto em outros indivíduos isso não acontece e acabam desenvolvendo a doença, ressalta a médica Ana Lúcia.

Saiba mais: janeiro com ênfase na hanseníase

Além da campanha Janeiro Roxo, o mês reforça a conscientização sobre a doença com as datas do Dia Mundial contra a Hanseníase, celebrado sempre no último domingo de janeiro, e, no calendário de saúde brasileiro, com 31 sendo considerado como Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase (Lei nº 12.135/2009).

Sobre a Ebserh 

O HU-UFPI faz parte da Rede Ebserh desde 2012. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

*Com informações HU-UFPI

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