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Professora da UFPI apresenta estudo sobre uso de alimentos locais para suplementação da população carente

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Última atualização em Sexta, 10 de Novembro de 2023, 08h00

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Pró-Reitora de Ensino de Pós-Graduação da UFPI, Regilda Moreira-Araújo

A Pró-Reitora de Ensino de Pós-Graduação da Universidade federal do Piauí (UFPI), professora Regilda Moreira Araújo, apresentou a palestra “Riqueza da Terra para a Soberania Alimentar” durante o VI Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste, organizado pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). A pesquisadora representa no evento o Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição (PPGAN), o Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) e o Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT).

O projeto, desenvolvido através do Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição (PPGAN) da UFPI, apresenta os resultados de um estudo experimental sobre o uso de alimentos da flora local para possível suplementação alimentar da população em carência alimentar. 

Segundo Regilda, o estudo consiste no uso de substrato de material orgânico natural do estado do Piauí, dentre frutas, hortaliças e legumes do Cerrado, para reaproveitamento como matéria prima de alimentos em substituição a compostos orgânicos tradicionais e processados. “Desenvolvemos produtos feitos com matérias primas regionais, ricas em vitaminas, minerais, fibras, em compostos antioxidantes, e que são obtidos em resíduos de polpas de frutas, por exemplo. É feito um processo de enriquecimento do alimento e desenvolvemos produtos saudáveis, biscoitos saudáveis, cookies saudáveis, barras de cereais sem aditivos, sem malefícios para a saúde”, explica.

Uma das principais ações do projeto é a substituição da farinha de trigo para produção de bolos pela farinha de feijão de corda (popularmente conhecido como feijão-fradinho), como forma de redução da matéria prima tradicional por um produto base mais saudável. A pesquisadora frisa o resultado de uma implementação experimental da farinha de feijão, rica em ferro, cobre e zinco, na alimentação de crianças com anemia, que demonstrou resultado positivo para a saúde sanguínea. “As crianças tinham nível de hemoglobina (principal célula do sangue) em 12,2 e 12,4, e ao final de dois meses de experimento, consumindo três vezes por semana, ficou em 14,5, diminuindo o quadro de anemia”, destaca.

Segundo a pesquisadora, os produtos resultantes do projeto podem substituir a alimentação tradicional da população, com altos teores de sódio e gorduras, por alimentos ricos em minerais, nutrientes e vitaminas. “Temos no país uma população que tem um baixo consumo de frutas e hortaliças, e ainda há o aumento da situação da fome. Existe muita insegurança alimentar grave, quando a pessoa não tem alimento, e a moderada, aquela em que a pessoa não tem quantidades suficientes, ela ingere menos para poder consumir nos outros dias, de modo que não supre os nutrientes diários que ela precisa. Como por exemplo, a prática de diluir o leite em água para render mais, o que diminui o valor nutricional do alimento”, explica Regilda Saraiva sobre os principais motivos do desenvolvimento do projeto.

A professora ainda complementa que acredita em uma proposta de integração dos produtos alimentícios produzidos com resíduos orgânicos locais como uma proposta de alimentação escolar pública, de modo que leve através da educação alimentos saudáveis e nutritivos para a população. Defende ainda que a substituição de produtos base da alimentação por frutos locais é uma valorização do produtor rural local. “A farinha pode ser consumida no mundo todo, o que vai gerar renda para as pessoas que produzem esses frutos. Muitas vezes a pessoa tem no quintal de casa e não sabe como consumir ou utilizar”, finaliza.

Na oportunidade, se fizeram presentes como membros da mesa-redonda, a professora Débora Otero (EMBRAPA - Salvador, BA), professora Maria Inês Sucupira (UFRPE-Recife, PE), professor Maurisrael Rocha (PPGA-UFPI e EMBRAPA), professora Regina Gomes, doutor Antônio Félix (Presidente do Simpósio) e do moderador Geraldo Eugênio (UFRPE). Também se fazem presentes no evento enquanto palestrantes do Piauí, os professores Lúcia Ferreira Gomes (PPGA) e professor Maurisrael de Moura Rocha (PPGAN e PPGA).

Confira mais fotos:

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