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Professor da UFPI aprova projetos de pesquisa para estudar aracnídeos de cavernas do Brasil

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Última atualização em Sexta, 25 de Agosto de 2023, 10h52

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Professor do Curso de Ciências Biológicas do Campus de Floriano, Leonardo Sousa Carvalho

O Prof. Leonardo Sousa Carvalho, docente do curso de Biologia e atual coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação – PPGBC, do Campus Amílcar Ferreira Sobral – CAFS, em Floriano, participou de três propostas (duas como pesquisador associado e uma como coordenador) no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Todas as três propostas foram aprovadas, com financiamento total superior a R$ 600 mil reais. Estes projetos de pesquisa serão executados de setembro de 2023 a setembro de 2027.

A conquista foi divulgada no início deste mês, por meio do resultado final do Edital de Chamada Pública Nº 01/2023 - Item XX da Cláusula Segunda do TCCE nº 1/2022/ICMBio. Este Edital objetiva apoiar projetos de pesquisa e ações de manejo para conservação do patrimônio espeleológico e espécies associadas em todo o território nacional, observando as diretrizes do Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico – PNCPE.

A primeira proposta, intitulada “Diversidade, distribuição e evolução de troglomorfismo em aranhas cavernícolas brasileiras (Araneae: Pholcidae, Trechaleidae)”, foi coordenada pelo Prof. Adalberto José dos Santos (UFMG, Belo Horizonte), e objetiva documentar a diversidade de aranhas cavernícolas das famílias Trechaleidae e Pholcidae no Brasil, considerando sua taxonomia, filogeografia e evolução de troglomorfismo. Esta proposta tem um valor total de R$ 294.185,20 e inclui a participação do Prof. Leonardo e pesquisadores da UFMG, USP e UFLA.

A segunda proposta, intitulada “Da Caatinga a Mata Atlântica: diversificação e conservação dos esquizômidos do gênero Rowlandius (Schizomida: Hubardiidae) através de dados genômicos, ecológicos e morfológicos”, foi coordenada pelo Prof. Sergio Maia Queiroz Lima (UFRN, Natal), e objetiva compreender as relações de parentesco entre as espécies de esquizômidos gênero Rowlandius, no Nordeste do Brasil, bem como a influência das mudanças climáticas na diversificação desses organismos, em um gradiente que vai da Caatinga até a Mata Atlântica nordestina, descrevendo as espécies novas e avaliando seu estado de conservação. A proposta tem um valor total de R$195.749,00 e inclui, além do Prof. Leonardo, outros pesquisadores da UFRN, SNMS (Alemanha), LMU (Alemanha) e UFLA.

A terceira proposta, intitulada “Estado da Arte dos Escorpiões Cavernícolas Brasileiros”, foi coordenada pelo Prof. Leonardo Sousa Carvalho, objetiva inventariar, documentar e avaliar o status de conservação das espécies de escorpiões habitantes de cavernas, no Brasil, através da análise de espécimes de coleções biológicas e de coletas em áreas prioritárias para amostragem. Este projeto possui valor total de R$ 194,147.60 e inclui ainda pesquisadores da USP, UFLA, UFMT, UFMG e IBSP.

matéria aracnídeo

Escorpião cavernícola (Troglorhopalurus translucidus) brasileiro. Esta espécie é, exclusivamente, encontrada em cavernas na Chapada Diamantina, sendo considerada criticamente ameaçada de extinção. Será alvo do projeto de pesquisa coordenado pelo Prof. Leonardo Carvalho

Segundo o Prof. Leonardo, a aprovação destes três projetos de pesquisa, representa um marco histórico para o estudo de aracnídeos habitantes de cavernas no Brasil. “A fauna cavernícola de aracnídeos é uma fauna singular: ali ocorrem espécies raras e que, muitas vezes, não são encontradas em ambientes externos às cavernas. Estes animais dependem das condições microclimáticas mais estáveis e, frequentemente, mais úmidas dos ambientes cavernícolas para sobreviver. No entanto, ambientes de cavernas são facilmente e fortemente impactados por ações antrópicas, como a mineração, o agronegócio, a exploração de petróleo e a instalação de parques eólicos. Desta forma, estes projetos nos permitirão descobrir quem são as espécies de aranhas, escorpiões e esquizômidos que ocorrem em cavernas brasileiras, avaliar o grau de ameaça que estas espécies sofrem e ainda entender como estes organismos evoluíram para ocupar ambientes tão especiais, como as cavernas.”, complementou o professor.

Neste momento, os projetos estão em fase de assinatura dos termos de acordo de cooperação entre as instituições dos pesquisadores que coordenam as propostas e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), que fará a gestão dos recursos. A UFPI, por meio do Reitor Prof. Gildásio Guedes Fernandes, já encaminhou a documentação necessária, podendo então iniciar as atividades de pesquisa, em breve.

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