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VI CIAPS discute sobre valorização da mulher

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Última atualização em Sexta, 05 de Mai de 2023, 19h45

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Debate trata da valorização da mulher: contra a violência e acontece na programação do VI CIAPS

Aconteceu na manhã desta sexta-feira (05) no hall do Cine Teatro da Universidade Federal do Piauí a mesa de discussão "Valorização da Mulher: contra a violência". O evento teve o objetivo de debater sobre a mulher vítima de violência sob as perspectivas da saúde, da segurança, da assistência social e dos direitos humanos.

Comporam o time de palestrantes Psicóloga Rosangela Parga de Oliveira, Acadêmica de Medicina Jamile Gusmão, Capitã da PM Francisca Leoneide Ferreira da Rocha, Sargento PM Luciana Vaz de Araújo, Professora Mariane da Silva Pisani, Professora Edna Magalhães.

Dentre as apresentações durante o evento foram Juntas, Por Amor: autocuidado e a importância da saúde mental e autoestima das mulheres; A violência interpessoal contra as mulheres no estado do estado do Piauí: uma análise dos dados do sistema de informação de agravos de notificação  (SINAN); Atuação da Patrulha Maria da Penha no Combate à Violência Doméstica; Fluxo de Atendimento da Patrulha Maria da Penha em Casos de Violência contra a Mulher; Cultura De Violência contra as Mulheres; Desafios da Ufpi para o Enfrentamento da Violência de Gênero.

WhatsApp_Image_2023-05-05_at_15.15.01_2.jpegPsicóloga Rosângela Parga de Oliveira

A Psicóloga Rosângela Parga de Oliveira falou da importância do evento. “Um evento como esse que trata sobre a violência contra a mulher, que trata sobre a saúde mental do público feminino é de extrema importância pois vivemos numa sociedade agressiva, machista e violenta para com a mulher. Então, trabalhar esses fatos, partilhar essas informações assim como levarmos ao público todo o aparato social, emocional, psicológico, institucional, de apoio à vítima de violência”, disse Parga.

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Acadêmica de Medicina da UFDPar, Jamile Gusmão

Jamile Gusmão apresentou uma discussão sobre a violência interpessoal. Segundo a pesquisadora este conceito é definido como o uso intencional da força ou do poder contra o outro, que resulta em dano psicológico, lesões corporais, e/ou morte. “Trata-se de um agravo de notificação compulsória no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN); e também, um grave problema de saúde pública de proporções mundiais”, disse.

A acadêmica de Medicina da UFDPAR, durante sua apresentação descreveu a situação da violência contra a mulher entre 2010 e 2022 no Estado do Piauí por meio do Relatório Técnico sobre a Situação de Violência Interpessoal no Estado do Piauí 2010 a 2022, disponibilizado na página da SESAPI.

“No período de 2010 a 2022, 42.826 pessoas notificaram algum tipo de violência no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN NET), sendo 69,3% mulheres. Das 46.645 notificações de violências em mulheres: 31,2% foram de violência física, 23,6% por espancamentos, 15,2% sexual, outras formas de violências (10,8%) e violência psicológica (10,4%). As mulheres pardas foram as principais vítimas de violência, concentrando 56,2% das notificações. Das violências físicas foram 52,5%, da violência sexual foram 69,9%. Em relação a violência física em mulheres, 5,2% ocorreram em crianças, 21,6% em adolescentes e 70,4% em adultos jovens. Nas notificações por violência sexual no sexo feminino, 29% ocorreram em crianças e 55% em adolescentes”, disse Jamile.

“As mulheres pardas residentes no Piauí são as principais vítimas de violência interpessoal no Piauí, nos últimos 13 anos. A violência física e a sexual foram as principais tipificações notificadas no SINAN. As mulheres adultas foram mais expostas a violência física e as adolescentes a violência sexual. A vulnerabilidade desses grupos, revela um cenário de fragilidade das políticas de proteção social às mulheres, insegurança e perigos aos quais enfrentam as mulheres piauienses. É urgente a implementação de ações efetivas de proteção aos direitos femininos, para que as mulheres possam viver com segurança e melhor qualidade de vida”, completou Jamile.

Na sequência, a atuação da Patrulha Maria da Penha no Combate à Violência Doméstica foi apresentada pela Capitã da PM Francisca Leoneide Ferreira da Rocha da Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar do Piauí. “Trouxemos aqui as informações sobre o trabalho da patrulha aqui no estado para que outras pessoas levem essas informações para suas cidades já que evento é de natureza internacional”, disse.

A Capitã Leoneide explicou que a Patrulha Maria da Penha é um serviço da Polícia Militar do Piauí em parceria com o poder judiciário, que atua na fiscalização do cumprimento das medidas protetivas concedidas às vítimas de violência doméstica e familiar. 

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Capitã Leoneide

Leoneide explicou por que a viatura a patrulha é lilás, pois além de dar visibilidade e mostrar que as mulheres têm apoio na proteção à sua integridade. “O lilás é uma simbologia da mistura das cores rosa e azul. “Lilás traz a simbologia de todos os movimentos da mulher com direitos e oportunidades iguais. Essa cor vem no movimento sufragista que a mulher ainda lutava pelo direito ao voto e naquela época do movimento, elas não tinham nada que remetesse à luta. Então, elas pensaram, se queremos igualdade de direito e oportunidade, qual a cor que define o homem? Azul e qual a cor que define a mulher? Rosa, isso culturalmente, desta forma misturaram as pigmentações e tornou-se o lilás, a cor da igualdade, respeito e dignidade”, disse.

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Professora Lurdinha Nunes

A professora aposentada da UFPI e militante dos direitos humanos há 43 anos, Lurdinha Nunes que estava na plateia atenta às discussões falou sobre a importância da mesa de discussões. “A atenção primária à saúde tem momentos em que a mulher precisa ser assistida em razão das sequelas, ou passar por uma situação de violência que elas sofrem após passar por uma situação de violência doméstica, sexual, material, abuso físico. O debate é extremamente importante, pois é educativo, informa, orienta, dá as diretrizes para que a sociedade possa pedir apoio para aquela mulher e para aquela família que está sofrendo circunstância e situação de grande sofrimento”, disse.

À tarde, foi a vez de discutir sobre o Fluxo de Atendimento da Patrulha Maria da Penha em Casos de Violência contra a Mulher; Cultura De Violência contra as Mulheres e os Desafios da Ufpi para o Enfrentamento da Violência de Gênero.

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Sargento da PM Luciana Vaz de Araújo

A Sargento da PM Luciana Vaz de Araújo trouxe a discussão sobre o fluxo de atendimento da Patrulha Maria da Penha. Luciana explicou que o trabalho é feito em rede e integrado para prevenir e combater a violência doméstica e familiar contra as mulheres.

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Professora Mariane Pisani

A Professora Mariane da Silva Pisani trouxe um painel sobre cultura de violência contra as mulheres. A pesquisadora discorreu sobre vários conceitos importante que caracterizam a cultura da violência contra as mulheres, dentre elas o assédio, exploração sexual, estupro, tortura, violência psicológica, agressões por parceiros ou familiares, perseguição, feminicídio. Segundo Pisani, a violência tem várias formas e intensidade, considerando que as mulheres ainda são subordinadas ao homem e a violência perpassa não só pela agressão física, mas também a objetificação e hiperssexualização dos corpos das mulheres.

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Professora Edna Magalhães

E por fim, a Professora Edna Magalhães, presidente do GT de Enfrentamento à Violência de Gênero na UFPI, falou sobre os Desafios da UFPI para o enfrentamento da violência de gênero. Ela explicou que o trabalho do GT envolve pesquisas, audiências públicas, consultas à comunidade a fim de construir um espaço democrático para ouvir todos os segmentos sociais dentro da universidade.

A programação do evento contou com a atração musical de Pedro Cainã do Projeto Quarta Aumentada da UFPI.

Confira mais fotos:

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