UFPI integra pesquisa para construir banco de dados sobre tratamento da hipertensão arterial sistêmica

Pesquisadores da Universidade Federal do Piauí realizam pesquisa para construção de banco de dados que avaliará a motivação no tratamento dos pacientes com hipertensão arterial sistêmica. O estudo tem potencial para desenvolver um método que impacte nos níveis de mortalidade e morbidade de doenças cardiovasculares no Brasil.

Os itens desse banco de pesquisa são feitos com base na psicometria e na psicologia positiva e visam avaliar o nível de motivação para seguir o tratamento medicamentoso ou não medicamentoso da condição, que atualmente tem baixa adesão por parte dos pacientes. Segundo o coordenador do projeto, realizado pelo Departamento de Enfermagem da UFPI, José Wictor Pereira Borges, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte e hospitalização em países em desenvolvimento como o Brasil.

“Para se ter uma ideia, os dados do DATA-SUS mostram uma ocorrência de mais de um milhão de óbitos e do total deles um percentual de quase 30% foi por doenças cardiovasculares, estando a hipertensão arterial associada a 45% dessas mortes. Temos uma epidemiologia que mostra a necessidade da produção do conhecimento que envolva doenças cardiovasculares“, diz. O pesquisador também ressalta que a hipertensão arterial sistêmica é uma doença assintomática e silenciosa, o que dificulta o diagnóstico e a busca por tratamento.

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Professor da UFPI, José Wictor, e bolsistas do projeto 

A pesquisa faz parte do projeto “Instrumento de motivação ao tratamento da hipertensão arterial: desenvolvimento e validação”, um estudo baseado na psicometria que segue as exigências teóricas, empíricas e analíticas do campo. É realizada por meio do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PBIC/FAPEPI), contemplado no edital 002/2021. Além de coordenada por José Wictor, a pesquisa conta também com a pesquisadora assistente Haylla Simone Almeida Pacheco e os bolsistas Rebeca dos Santos Miranda de Oliveira e Leonardo da Conceição Pereira.

José Wictor explica que o projeto contará com sete etapas, sendo que a primeira foi desenvolvida com uma aluna do Mestrado em Saúde e Comunidade da UFPI; a segunda foi realizada no primeiro ano da bolsa PBIC/FAPEPI; e a terceira foi iniciada agora com a prorrogação da bolsa. A expectativa é de que as próximas etapas sejam feitas pelos bolsistas da IC no mestrado como dissertação.

Já foram elaborados 54 itens divididos em dois blocos para medir a motivação dos pacientes ao tratamento, sendo que o primeiro é a respeito do tratamento não medicamentoso; que inclui medidas como a redução do consumo de sal e a realização de atividades que reduzam o stress; e o segundo é sobre a adesão ao tratamento medicamentoso.

Com a elaboração desse banco de dados sobre os pacientes com hipertensão arterial sistêmica, as próximas etapas da pesquisa pretendem refinar os itens e comprovar a validade e relevância desse banco para a prevenção da piora dos casos da doença. No final da pesquisa, um banco mais aperfeiçoado será criado para que os enfermeiros avaliem como está a motivação ao tratamento dos pacientes e desenvolvam ações de cuidado para aumentar a adesão. Assim, o estudo terá um papel de referência no Brasil e será exemplo de pesquisa desenvolvida no Piauí.