Projeto de pesquisa da UFPI intensifica preservação de sítios de arte rupestres no Piauí

O Piauí é conhecido em todo o mundo por sua vastidão e qualidade de seus sítios arqueológicos. E, com o objetivo de preservar esses patrimônios, o projeto da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Conservação de Sítios de Arte Rupestre: investigação científica, práticas interventivas e participação da comunidade", visa não só suas manutenções como também incluir as comunidades em seus entornos, por meio de planos educativos, para o entendimento de suas preservações, além de aliar seus desenvolvimentos econômicos locais.

Tendo à frente a professora Conceição Lage, do Curso de Arqueologia, do Centro de Ciências da Natureza (CCN), o projeto tem financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), e tem atividade desde o início dos anos 90, com fortes contribuições na conservação de sítios em todo o País. O projeto é conduzido por diversas frentes cientifícas, o que traz seu caráter multidisciplinar.

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Pesquisa de Sítios de Arte Rupestre no município de Palmeirais-PI que inclui proximidade com a população local como estratégia para ampliar preservação  dos recursos - Imagem cedida pela pesquisadora

O nosso objetivo é tentar ao máximo adiar a destruição desses sítios. O Piauí é muito rico, tanto em gravuras quanto em pinturas, no entanto esses sítios são obras de arte expostas ao tempo. Então sofrem processos naturais de degradação causadas por intempéries, vento, como sol, chuva, insetos, como também problemas antrópicos, que são causados pelo homem, por conta disso efetuamos esse tipo de estudo, que vai desde saber quais são as constituições químicas dos pigmentos, a constituição química dos depósitos de alteração, o que estão atrapalhando as suas conservações. A constituição da rocha, do que elas são compostas, suas localizações geográficas, e dentre de muitos outros detalhes”; afirma a pesquisadora Conceição Lage.

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Professora Conceição Lage (ao centro), em pesquisa de Sítio no Mato Grosso do Sul

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Investigação de sítio no município de Palmeirais-PI

Todo trabalho de conservação, segundo a pesquisadora, é iniciado por um diagnóstico técnico de conservação, que envolve a parte cientifica, como análises químicas, físico-química, química mineralógicas, biológicas, geológicas, para se saber a constituição dos sítios, e assim direcionar os problemas que causam a degradação.  A segunda etapa é a etapa da intervenção, para saber o que pode ser feito para não acontecer o desaparecimento de um determinado sítio. E o ultimo é o monitoramento para evitar o ataque de novos problemas. 

Para Conceição, os trabalhos de conservação, nos últimos 10 anos, vêm tendo resultados mais satisfatórios com a inclusão das comunidades que vivem nos locais os sítios. “Não adianta nada fazer esse trabalho sem a presença da população que mora nas proximidades dos sítios, por isso, temos essa atenção. A gente envolve aquela comunidade do diagnóstico técnico até o monitoramento e os resultados que temos obtido foram bem melhores com a participação dessa população”, disse.

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Processo de inclusão das comunidades nas proximidades dos sítios 

O projeto também tem atuação em muitos estados de todas as regiões do país e no plano de 2022 a 2026 a pesquisa abrigará sítios do norte, centro-oeste e sudeste.