Alunos de Enfermagem com estudantes da escola em que oficina foi realizada Foto cedida pelos pesquisadores
O ambiente escolar é um elemento chave na rede de proteção a crianças e adolescentes. Sob a supervisão de acadêmicos do 6º período do curso de Enfermagem da UFPI, aconteceu na Unidade Escolar Alberto Monteiro, no bairro Mocambinho, a oficina sobre sinais de violência e abuso sexual de adolescentes, com orientação da professora Olívia Dias, coordenadora da disciplina Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente.
Oficina aconteceu em escola na zona Norte de Teresina Foto cedida pelos pesquisadores
Os estudantes de Enfermagem desenvolveram uma atividade lúdica, por meio de ações preventivas e informativas que buscavam orientar as crianças e adolescentes a identificar, denunciar, tomar a conduta correta e explicar que eles não estão sozinhos, diante de casos de violência e de abuso sexual.
Olívia Dias explica que a melhor forma de prevenir situações de violência e abuso sexual é tendo diálogo, comunicação. “A informação é poder. Quanto mais informações eles têm, mais podem se defender de situações. Essas oficinas criam um canal de comunicação com a equipe de saúde da família, mostram formas de denunciar e fazem com que a criança e o adolescente identifiquem situações de abusos, violência, pois sempre quando você informa, você colabora na formação deste estudante do ensino fundamental.
Professora Olívia Dias e os alunos de Enfermagem que participaram da oficina
Olívia diz, ainda, que essas oficinas são fundamentais para formação do acadêmico de Enfermagem, pois os ajuda a entender as atuações dos enfermeiros em diferentes níveis de saúde, inclusive na escola. “É essencial que ele compreenda o trabalho, a importância e o valor dessas intervenções na escola, pois a saúde precisa estar também na escola”.
A acadêmica de Enfermagem, Kaline Vitória Lima Lira, falou que a oficina estimula e impulsionam a prática profissional. “Temos que ser um profissional holístico que durante a consulta não se limite apenas ao aspecto físico ou queixa do paciente, pois muitas vezes, a visita do adolescente ao consultório traz demandas que são muito mais profundas do que aquilo que ele está relatando, principalmente, em questão de violência”.
Acadêmica de Enfermagem Kaline Vitória Lima Lira (à esquerda) com colega de curso
Francisca Edimara de Carvalho, professora de língua portuguesa, percebe que palestras como essa ajudam os alunos a terem uma visão crítica a respeito da violência e do abuso sexual. “Esta prática ajuda os alunos a se protegerem, denunciarem quando forem vítimas, a fortalecerem o emocional delas, correrem atrás para conquistar seus direitos, e não se fecharem quando forem vítimas”.
Estudante João Guilherme Borges participou de oficina com os colegas Foto cedida pelos pesquisadores
João Guilherme Borges, 14 anos, estudante do nono ano da escola, falou que a oficina veio para conscientizar e preparar as crianças em relação aos casos de violência sexual. “A experiência foi de muito aprendizado. Esclareceu como as abordagens do abusador acontecem e orientou sobre situações de abusos. Esse tipo de violência é uma tragédia que acontece na vida da pessoa e que traz traumas maiores”, finaliza.