Quem observa o crescimento da estrutura física da Universidade Federal do Piauí ao longo de 41 anos não imagina a quantidade de profissionais que participaram desse processo. Muitos foram os gestores, arquitetos, engenheiros e trabalhadores da área de construção civil que colaboraram para melhorar e ampliar a infra-estrutura da Instituição.
Tijolo a tijolo, a realidade foi sendo construída. E a dedicação de mulheres como a engenheira civil Maria José Carvalho Silva mostrou-se singular em meio a esta expansão.
Maria José fiscalizando obra na UFPI
Lotada atualmente na Prefeitura Universitária da UFPI, onde exerce a função de Chefe do Serviço de Apoio Administrativo da Coordenadoria de Projetos e Obras, a Mazé - como é conhecida - é testemunha ocular do crescimento da Instituição, pois construiu boa parte de sua vida dentro da universidade.
Em 1976, entrou na universidade como bolsista. Foi escriturária e assistente administrativa. Teve que conciliar o trabalho com os estudos para concluir os cursos de Tecnólogo em Construção Civil (curso já extinto) e de Engenharia Civil na UFPI. "Apesar de trabalhar dentro da universidade, tinha que repor as horas de ausência", conta.
Egressa da terceira turma de Engenharia Civil da UFPI, Maria José sempre quis ser engenheira e afirma que nunca se sentiu discriminada na área, formada por maioria masculina. "Na minha época, éramos apenas duas mulheres: eu e a Eunice Pimentel, que hoje é advogada. Na minha profissão, sempre fui muito bem recebida", conta.
Ao lado do amigo e colega de profissão, John Robert, Mazé sempre foi bem recebida no meio em que trabalha
Especializada em Engenharia de Segurança no Trabalho, irá cursar a partir do mês de março o mestrado em Recursos Hídricos pela Universidade Federal do Ceará. "Como profissional, a UFPI proporcionou a minha qualificação por meio da participação de cursos foras do Estado".
Todas as obras realizadas na UFPI são fiscalizadas por engenheiros da Instituição. Como fiscal, Maria José fiscalizou obras como o Espaço Universitário I, Juizado, Residência Universitária do campus de Floriano e o Coreto. "Uma das obras que mais me emocionou foi a da Residência Universitária de Floriano, prevista para inaugurar em março. A casa é completa. Imaginei o filho de uma família economiacamente desfavorecida morando lá".
Questionada sobre o que a motiva profissionalmente, ela explicou entusiasmada que é a possibilidade de transformar a terra limpa em um mundo novo.
Divorciada, Maria José é mãe da pequena Milka, de 5 anos de idade, e derrete-se ao falar que a filha é um presente de Deus. "Não é fácil conciliar o trabalho com a família, mas tudo é uma questão de planejamento", explica.
Em muitos momentos, a história de Mazé confunde-se com a história da Universidade Federal do Piauí. E com 36 anos de UFPI, ela pode dizer: "Tá vendo aquele edifício, moço? Eu ajudei a levantar."