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Pesquisa de doutorado da UFPI avalia qualidade do ovo da galinha caipira canela preta

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Última atualização em Segunda, 23 de Mai de 2022, 14h19

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Uma pesquisa de doutorado desenvolvida no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFPI busca avaliar os parâmetros produtivos e a qualidade do ovo da galinha caipira canela preta. A pesquisa, de autoria da zootecnista Claudiane Morais e orientação da equipe formada pelos professores João Batista Lopes, Leilane Dourado e Daniel Louçana, visa encontrar o nível ideal de cálcio na nutrição da galinha caipira para a postura dos ovos.

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Da esquerda para a direita: Professora Leilane, Doutoranda Claudiane e Professor João Batista

A doutoranda explica que a ideia surgiu a partir da necessidade de um produtor, que verificou a fragilidade da casca do ovo dessas galinhas, muito comum em cidades como Queimada Nova, Picos, Oeiras e José de Freitas. A partir desse estudo o produtor terá a possibilidade de entender as melhores formas de manejo, bem como a relação custo-benefício dessa atividade. Entre outros critérios, a viabilidade econômica da prática deverá ser levada em consideração nos resultados. “A partir da avaliação de qual dieta é mais adequada e da análise das características do ovo, poderemos identificar a produção e levar a informação necessária”, explica Claudiane.

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A pesquisa, iniciada em janeiro, já obteve alguns resultados importantes, os quais serão consolidados até junho. Inicialmente, foi montada uma estrutura semi-intensiva com disponibilidade de 1,5m² de capim para cada espécime, o triplo do que a legislação exige (Normas da ABNT-NBR16437), porém, em menos de um mês, as galinhas consumiram todo o pasto disponível nos piquetes. “Essa foi a primeira grande observação. O alimento verde que deveria ser suficiente para todo o experimento, acabou logo no início”, pontuou a professora Leilane, que afirmou ser um aspecto importante a ser levado em consideração na regulamentação, visto que galinhas nativas apresentam comportamento diferenciado.

Para suprir a necessidade desse capim, a equipe pretende fornecer a forragem nos comedouros. Nessa nova etapa do experimento, a alimentação será fornecida em cestos, para avaliar as alterações desse manejo. Essa é uma alternativa interessante para o produtor que não tem disponibilidade do pasto em sua propriedade, e assim, pode buscar em outras regiões para fornecer aos animais. Chegando ao final das pesquisas, um percentual das galinhas será abatido, de modo a analisar também a disponibilidade de cálcio nos ossos e de que forma ele está sendo passado para o ovo.

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A professora Leilane, que é coordenadora do Biotério de Experimentação em Aves, ressalta que a estrutura de pesquisa para estudos com aves caipira foi criada no final de 2021 em função da demanda da comunidade e a partir de uma adaptação de galpões já existentes, apoiadas pela direção do CCA. Para execução da pesquisa em andamento, foi firmada parceria com a Fazenda Progresso, de Sebastião Leal (PI), que doou o milho usado na pesquisa.

O professor João Batista Lopes ressaltou a importância desse projeto, tendo em vista que existem ainda poucos estudos sobre essa galinha, considerada a legítima caipira. “Essa é uma iniciativa pioneira. E é significativo a Universidade viabilizar esse estudo”, disse. A pesquisa conta ainda com uma equipe de seis alunos dos cursos de Agronomia, Zootecnia e Medicina Veterinária. Para o professor, a interação entre alunos da graduação e da pós-graduação é indispensável para a vivência acadêmica.

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Equipe do projeto no laboratório de pesquisas

Vale ressaltar que a galinha caipira canela preta é considerada patrimônio histórico, cultural e genético do Piauí, por ser genuinamente nativa, desde que foi sancionada a Lei 7615/21. Essa regulamentação só foi possível em função de pesquisas anteriores realizada por alunos da UFPI, lideradas pelo professor Lindenberg Sarmento, que comprovaram por meio de análise genômica que elas são nativas do Piauí, o que exige cuidados específicos e destaca a necessidade de valorização dessa espécie.

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