Professora da UFPI e Maestra, Alba Bomfim rege Orquestra Sinfônica da USP em homenagem ao Dia da Consciência Negra
No último dia 12 de novembro de 2021, a Professora de Regência e Práticas Interpretativas do curso de Música da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Alba Bomfim regeu, pela primeira vez na cidade de São Paulo, a Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (OSUSP). O concerto aconteceu no anfiteatro Camargo Guarnieri, da Universidade de São Paulo (USP), em homenagem ao Dia da Consciência Negra que, no Brasil, é comemorado dia 20 de novembro.
Constituído exclusivamente por obras brasileiras, o programa iniciou com a Sonata em Ré “Burrico de Pau”, de Carlos Gomes, a Abertura em Ré, do Padre José Maurício Nunes Garcia. Em seguida, a estreia da Suíte Franco-Brasileira para flauta e orquestra de câmara, de Renan Mendes, e a Sinfonietta Concertante de João Rocha. A apresentação foi destaque em uma conceituada revista de música clássica do Brasil.
Este foi o primeiro concerto na história da OSUSP com a participação de uma maestra negra, Alba Bomfim, com a premiere de um compositor erudito negro, João Rocha. O fato, inédito, é uma iniciativa do Prof. Fábio Cury - atual diretor artístico da OSUSP, em direção às políticas de diversidade e de inclusão na música de concerto. Um incentivo para que outras orquestras brasileiras programem maestros, solistas e compositores negros em suas próximas temporadas.
Licenciada em música pela Universidade de Brasília, bacharel em regência de orquestra pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em música pela Universidade de Brasília e Doutora em Regência de Orquestra pela Universidade de Aveiro, em Portugal, Alba é professora do Curso de Licenciatura em Música da UFPI desde o ano de 2012. Conforme conta a maestra, a apresentação buscou alertar para a importância de se pautar discussões e ações para combater o racismo estrutural e a desigualdade social no país, assim como mostrar a importância da diversidade em papéis de protagonismo na sociedade.
“Sinto-me honrada em ser maestra, mulher e negra nesse momento de profunda reflexão da nossa sociedade sobre o racismo estrutural e apagamento da cultura negra. Enxergo com alegria e responsabilidade, ser um rosto negro, um corpo negro, uma voz negra e um som negro, que somados aos movimentos de minha batuta, colaboram com a construção de novas possibilidades de existência, por meio da música e da arte eruditas, para jovens negros brasileiros”, finalizou.
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