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Projeto “Mães que cuidam, se cuidam!” promove palestra acerca dos cuidados aos cuidadores

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Última atualização em Quarta, 13 de Outubro de 2021, 09h19

O cuidador é o responsável por auxiliar uma pessoa na execução de suas atividades de vida diária como alimentação, higiene, acompanhamento aos serviços de saúde, administração de medicamentos etc. No Brasil, o papel de cuidador em geral recai sobre a mulher. Quando se trata de crianças com transtornos do desenvolvimento, é a mãe que frequentemente assume esta tarefa. Pensando nisso, o projeto "Mães que cuidam, se cuidam!" promoveu na última de segunda-feira (11), a palestra “Quando o cuidador precisa de cuidados”, ministrada pela psicóloga Palônia Andrade.

A palestra foi direcionada a um grupo de mães cujos filhos têm diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou estão em acompanhamento para elucidação clínica. Muitas participantes relataram a dificuldade em encontrar uma rede de apoio entre familiares e amigos. Algumas também narraram dificuldades em receber acolhimento dos próprios profissionais que atendem a estas crianças, que por vezes não enxergam as fragilidades e limitações dessas mães.

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Jucyara Ibiapina, discente do curso de Educação Física da UFPI e monitora do projeto, é mãe de um adolescente com TEA. Ela contou que a entrega aos cuidados do filho por vezes vai além de seus limites físicos e emocionais. Segundo a psicóloga Palônia, é justamente aí que mora o perigo: a mãe esquece da sua saúde e o nível de estresse torna-se tão elevado que em pouco tempo ela deixará de ter condições de cuidar da criança porque entrará em adoecimento.

Na oportunidade, discutiu-se a necessidade de desenvolver a autonomia dos filhos. Ainda que seja uma pequena tarefa que a criança consiga realizar de forma independente, isso terá imenso valor para o desenvolvimento de sua autonomia. Para isso, é essencial tempo e paciência. É necessário também que as mães consigam delegar funções, reconhecer que o outro pode não fazer tão bem quanto ela, mas que podem ajudar e que com o tempo isso será benéfico para ela e para a criança.

Outra mãe que compartilhou suas angústias e percalços foi Izonete Torres. Ela, pedagoga, percebeu que seu filho ainda bebê não interagia e foi atrás de tratamento. “Foi muito difícil conseguir o diagnóstico, alguns profissionais achavam que era só um atraso do desenvolvimento porque ele nasceu prematuro”. Izonete destacou que percebia algo diferente em seu filho, mas a própria família não a apoiava, chegando a criticar sua busca por tratamento para o bebê. Ela apresentou ideação suicida e teve muitas dificuldades até conseguir o diagnóstico de TEA, sem o qual seu filho não teria acesso às terapias que requer.

Os relatos feitos mostram a importância de se ter um grupo de apoio como o que tem sido desenvolvido pelo projeto “Mães que cuidam, se cuidam!”. O projeto encontra-se vinculado ao PIBEX, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPI, é coordenado pela professora Dionis Machado e conta com a participação de discentes do curso de Educação Física. São desenvolvidas atividades remotas e presenciais, visando qualidade de vida, bem-estar e saúde feminina para mães de crianças com transtornos do neurodesenvolvimento. Outras informações podem ser obtidas pelo Instagram do projeto @maesquecuidamufpi.

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