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Pesquisadora da UFPI desenvolve biscoitos altamente nutritivos com matérias-primas do cerrado brasileiro

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Última atualização em Terça, 27 de Julho de 2021, 10h57

Com o objetivo de produzir um alimento integral mais nutritivo, sustentável e com matérias-primas regionais, uma pesquisadora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí (UFPI) desenvolveu biscoitos produzidos com amêndoa de Chichá, castanha-do-gurguéia e resíduos do processamento da polpa de graviola, alimentos nativos do cerrado brasileiro. Nutritivos e funcionais, os biscoitos ainda possuem baixo custo por serem produzidos e impactam positivamente o meio ambiente.

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Biscoitos altamente nutritivos são produzidos por pesquisadora da UFPI com frutos nativos do cerrado

A pesquisa foi desenvolvida pela discente de doutorado Clélia de Moura Fé Campos, Profa. do Departamento de Nutrição da UFPI, sob orientação da Profa. Regilda Saraiva dos Reis Moreira Araújo. O resultado: biscoitos riquíssimos em minerais, fibras alimentares, fonte de energia, compostos bioativos e com atividade antioxidante. O estudo foi realizado em parceria com o Instituto de Tecnologias de Alimentos (ITAL/SP) e com o Núcleo de Estudos, Pesquisas e Procedimentos de Alimentos (NUEPPA/UFPI), para as análises microbiológicas.

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Clélia de Moura Fé Campos, pesquisadora e Profa. do Departamento de Nutrição da UFPI

“Essas matérias-primas são fáceis de encontrar. A Chichá e a castanha-do-gurguéia são nativas do cerrado e têm baixo custo. Ainda utilizamos resíduos da graviola, que geralmente são descartados na natureza e impactam negativamente o meio ambiente. Ao utilizarmos esses resíduos, evitamos que a natureza seja prejudicada e aproveitamos os componentes nutritivos que restaram da graviola”, explana Clélia Campos.

Do cerrado aos laboratórios

O Chichá e a castanha-do-gurguéia, espécies nativas do cerrado brasileiro, são frutos oleaginosos de sabores agradáveis, consumidos in natura pela população local. Esses alimentos realizam atividade antioxidante que reduz os agentes causadores de diversas patologias relacionadas ao estresse oxidativo, como as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).

Todos os alimentos que compõem os biscoitos foram retirados do estado do Piauí, mas também podem ser encontrados em outros lugares do Nordeste, como no Maranhão, por exemplo. “Encontramos a castanha-do-Gurguéia no sul do Piauí e a Chichä foi encontrada em regiões do estado piauiense e do Maranhão. A aquisição dos resíduos de graviola para a pesquisa foi realizada na Indústria Fruta Polpa; a Chichá adquirimos na Chácara São Carlos, em Teresina (PI), e a castanha-do-gurguéia foi retirada da Propriedade Rural Vão dos Negros, em Landri Sales (PI)”, explica a pesquisadora.

Os produtos passaram por análises microbiológicas nos laboratórios do Departamento de Nutrição e do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFPI. No Instituto de Tecnologias de Alimentos (ITAL/SP), foram realizadas as análises de minerais das matérias-primas.

Para avaliar a aceitação dos biscoitos foram realizadas análises sensoriais com alunos e funcionários da UFPI, que obtiveram uma excelente aceitação nos experimentos.

 

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Análise sensorial dos biscoitos realizada por professoras e alunas do Departamento de Nutrição da UFPI

Por se tratarem de biscoitos altamente nutritivos e funcionais, com matéria-prima regional e de baixo custo, a pesquisa poderá ser usufruída por toda a sociedade. Segundo Clélia Campos, “a ciência, a sociedade e as indústrias poderão aproveitar e saborear os biscoitos, pois consistem numa forma de divulgar os frutos regionais, o conhecimento científico desenvolvido e os seus nutrientes e compostos bioativos, que resultam num alimento barato e saboroso”.

O impacto positivo no meio ambiente

Os resíduos de graviola utilizados nos biscoitos são geralmente descartados na natureza, o que impacta negativamente o meio ambiente. Isso ocorre porque o descarte inadequado desses resíduos resultam na decomposição de lixo alimentar no solo, causando odor desagradável gerado pela degradação da matéria orgânica. Essa ação ainda leva à formação de chorume, que normalmente encontra-se contaminado e tem potencial para atingir rios e os lençóis freáticos.

Por meio da pesquisa e o aproveitamento dos resíduos da graviola, os biscoitos representam uma ação imprescindível sob a ótica sustentável, nos âmbitos econômico, social e ambiental. 

Nesse sentido, o trabalho desenvolvido pelas pesquisadoras visa o desenvolvimento de mais pesquisas que reforçam e divulguem o potencial da produção de novos alimentos e assim, reduzir custos adicionais para as indústrias e a sociedade.

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