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Curso de Introdução à Zooarqueologia Oferecido em Parceria UFPI-UFRPE

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Última atualização em Quinta, 15 de Julho de 2021, 08h29

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A Coordenação do Programa de Pós-graduação em Arqueologia oferecerá o Curso de Introdução à Zooarqueologia, em parceria com o Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológica (NEPARQ), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), entre 19 e 30 de julho de 2021. O curso é organizado pela Prof.ª Claudia Cunha, Bioarqueóloga e docente da Graduação e do Mestrado em Arqueologia da Universidade Federeal do Piauí (UFPI) e a Professora Caroline Borges, Zoorqueóloga formada pelo Muséum national d´Histoire Naturelle de Paris (França), docente da Graduação em História da UFRPE e Professora visitante da University of South Florida (Estados Unidos).

Zooarqueologia é a especialidade dentro da Arqueologia que estuda as múltiplas interações entre seres humanos, animais e ambientes a partir dos restos de animais, principalmente ossos, mas também dentes, conchas, chifres, etc., e objetos feitos a partir desses materiais encontrados em sítios arqueológicos. A Zooarqueologia contribui com informações importantes sobre o ambiente que as pessoas viviam como era a sua alimentação, além de produzir um vislumbre de aspectos que vão desde o modo de vida dessas populações até aspectos mais simbólicos/religiosos.

A professora Claudia Cunha explica que a formação e o estudo em Zooarqueologia é fundamental para sabermos mais sobre diferentes aspectos das comunidades humanas do passado. A imagem abaixo, por exemplo é uma pista de que havia comércio entre África e o Sul da Península Ibérica há pelo menos 5.000 anos. “Em diferentes sítios do Sul da Península Ibérica, materiais faunísticos de fauna africana aparecem em sítios do terceiro milênio antes do presente. No caso de um dos sítios abordados pela minha tese no Alentejo (Portugal), os especialistas em Zooarqueologia e os Arqueólogos que lá escavam não apenas resgataram estatuetas em marfim datado deste período, mas conseguiram através da análise desses objetos determinar não apenas o animal, elefante, mas também o gênero, no caso Loxodonta, que vive no território africano. Descobertas deste tipo, bem como de objetos feitos em casca de ovos de avestruz em sítios espanhóis, e cerâmica Ibérica escavada em sítios africanos do mesmo período são evidências de que já havia comércio entre os dois continentes numa época tão afastada de nós”.

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Ídolo em marfim de elefante africano escavado no Recinto de Fossos dos Perdigões, Portugal.
Foto: Claudia Cunha

Esta escultura em marfim é particularmente importante porque, de acordo com a professora Claudia Cunha é encontrada feita em marfim ou osso ao redor do Mediterrâneo em diferentes
países desde Portugal ao Egito e desde a Israel e Grécia até o extremo Oeste da Península Ibéria, podendo representar uma entidade cultuada em uma religião que tem suas datas mais
antigas a 8.000 no Egito.

Outro exemplo é o talus (foto abaixo), osso da base da pata traseira, de onça-pintada (Panthera onca) com marcas de queima que vem de um sítio arqueológico do tipo Sambaqui do litoral central de São Paulo de mais de 6 mil anos atrás, mostrando uma relação próxima entre este animal e as populações indígenas da Mata Atlântica.

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Talus direito de Panthera onca (onça pintada) com marcas de queima proveniente de escavações em sambaqui do litoral de São Paulo.

Este material foi datado de 4.500 antes do presente.

 

O curso ministrado pelas Professoras Caroline Borges e Claudia Cunha é dirigido a estudantes e profissionais em Arqueologia que queiram obter uma iniciação na disciplina para posterior pesquisa acadêmica como para aqueles que se destinem a outras atividades no campo da arqueologia e desejem ampliar seus conhecimentos sobre esta especialidade. O curso trará uma visão global da Zooarqueologia atual com a abordagem dos seus fundamentos teóricos e metodológicos essenciais e tem por objetivo contribuir para a formação do público-alvo e sensibilizar os profissionais ou futuros profissionais sobre o correto tratamento e estudo de restos faunísticos.

Apesar da necessidade de formação nesta área, poucos são os especialistas em Zooarqueologia trabalhando no Brasil, o que leva a uma carência generalizada no mercado por cursos de formação na área. Este curso introdutório de formação em Zooarqueologia vem responder à demanda local e estadual e abrir portas para uma maior inserção da UFPI numa área subexplorada da prática arqueológica.

Informações sobre o curso, inclusive sobre como se inscrever podem ser obtidas no link a seguir: https://cursozoo2020.wixsite.com/inicio

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