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Discente do curso de Pedagogia realiza pesquisa sobre como a pandemia de COVID-19 afetou a Educação Infantil

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Última atualização em Segunda, 12 de Julho de 2021, 11h47

Buscando investigar como ocorreram as atividades pedagógicas que auxiliam na evolução das habilidades motoras na Educação Infantil durante a pandemia do COVID-19, a discente Francisca Helen Veloso Euzébio, do curso de Pedagogia, desenvolveu seu Trabalho de Conclusão de Curso, sob orientação da Profa. Dionis Machado. Para tal, professoras da Educação Infantil da rede municipal de Timon-MA responderam a um formulário online.

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Discente Francisca Helen Veloso Euzébio

A Educação Infantil, considerada pela Constituição Federal como dever do Estado, contempla o atendimento em creche e pré-escola às crianças de até cinco anos de idade e representa uma conquista de movimentos comunitários e das mulheres. Constitui a primeira etapa da educação básica e tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Em geral, é na escola que acontece o primeiro contato com um grupo social fora da família, sendo a oportunidade para a criança desenvolver uma nova rotina, conhecer novas pessoas e interagir em novas atividades. Documentos legais que norteiam esta etapa da educação, estabelecem as interações e brincadeiras como eixos estruturantes que permitirão o desenvolvimento motor e cognitivo.

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Em 2020, houve o fechamento de escolas e a suspensão das atividades presenciais em razão da disseminação da COVID-19 e da recomendação da OMS para o distanciamento social. Tal fato modificou a rotina das pessoas e trouxe problemas para famílias com crianças vinculadas à Educação Infantil. Privadas de frequentarem às escolas, estas crianças tiveram seu campo de experiências diminuído, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento motor. O ensino remoto exigiu que atividades fossem adaptadas e algumas fossem suspensas, devido à falta de estrutura tecnológica das escolas e/ou dos alunos. As atividades motoras envolvendo brincadeiras e jogos em grupo foram potencialmente impactadas em virtude da pandemia.

A pesquisa identificou que apesar das atividades terem sido adaptadas, muitas famílias não valorizam as atividades de estimulação motora, chegando a deixar de realizá-las com as crianças. A dificuldade de conscientizar as famílias é um fator que está interligado também à falta de conhecimento que os familiares têm acerca de atividades que envolvem jogos e brincadeiras. As famílias sentem-se inseguras ao realizar as atividades por não entenderem ou não possuírem o tempo disponível para acompanhar devidamente a criança. As atividades motoras são muito ricas para este momento de exploração na Educação Infantil e são fáceis de realizar, mas precisam ser acompanhadas e nem sempre é possível encontrar um adulto com disponibilidade para este acompanhamento.

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Outro aspecto prejudicado foi a interação social, pois no distanciamento, ainda que as brincadeiras pudessem ser feitas com o colaborador ou alguém da família, as trocas que acontecem entre as crianças são únicas e não podem ser substituídas. Além disso, as professoras da Educação Infantil relataram dificuldades na elaboração das atividades e quanto ao domínio dos recursos tecnológicos necessários ao ensino remoto. Evidenciou-se o efeito negativo da pandemia para o desenvolvimento motor e problemas como a falta de socialização; pouca interação professor/aluno; falta de auxílio da família; falta de motivação do aluno e dificuldade de um maior acompanhamento da evolução da criança. O ensino remoto configurou-se como um desafio para pais e professores, exigindo reflexão sobre as práticas docentes a partir do uso das tecnologias

As dificuldades vivenciadas no ensino remoto foram demonstradas por meio das falas das professoras, que indicaram efeito negativo da pandemia do COVID-19 na aprendizagem das crianças da Educação Infantil da cidade de Timon-MA, especialmente quanto às habilidades motoras. De acordo com o relato das professoras pesquisadas, foi significativo o impacto negativo no desenvolvimento das habilidades motoras e este atraso deverá ser recuperado quando voltarem as aulas presenciais, o que representa mais um desafio para a prática pedagógica do professor. O estudo permitiu confirmar que a escola deve oferecer estímulos e oportunidade de vivências que aproximem as crianças de atividades que auxiliem no desenvolvimento motor, pois muitas vezes, isso não é ofertado em casa.

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