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Docente da UFPI realiza ensaio clínico e comprova eficácia da canela terapêutica no controle do diabetes

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Última atualização em Sexta, 28 de Mai de 2021, 17h18

Ensaio clínico realizado pelo professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI/Floriano) comprova eficácia do uso da canela para o controle do diabetes. Tendo baixo custo, podendo ser implementada na dieta de uma pessoa sem muitos efeitos adversos, o docente José Claudio visualizou que o produto é um importante aliado para o controle da glicemia, fazendo com que o paciente viva mais, tenha menos complicações e melhore sua qualidade de vida. Porém, a canela utilizada é terapêutica, de tipo específico, que foi encapsulada sem ser aquecida para não perder suas propriedades, além de ter sido utilizada na dosagem de 3 gramas.

Apenas no Brasil, são quase 20 milhões de pessoas que convivem com a doença, que até o momento não tem cura. Portanto, durante sua pesquisa, que realiza há mais de dez anos, o professor José percebeu que os tratamentos que as pessoas utilizam muitas vezes são ineficazes ou pouco efetivos para controlar os níveis de glicemia e colesterol, por exemplo. No doutorado, se dedicou à tentativa de encontrar uma nova solução ou estratégia para melhorar esse cenário. Dentre as práticas, investiu na fitoterapia. “Me despertou interesse e atenção porque é um produto de fácil acesso, bem difundido no mundo todo e ainda não existia muitas investigações sobre o efeito terapêutico”, revela.

A pesquisa foi realizada entre julho e dezembro de 2019, na cidade Parnaíba, em cinco unidades básicas de saúde, com 160 pessoas maiores de 18 anos que convivem com o diabetes do tipo 2. De maneira aleatória, os voluntários foram divididos em dois grandes grupos: controle e intervenção. Antes da entrega dos remédios para uso oral, foram recolhidas informações gerais das pessoas, como situação econômica, por exemplo, e realizado exames laboratoriais.

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Registro da pesquisa realizada com os pacientes em 2019, na cidade de Parnaíba

No grupo intervenção, os pacientes receberem além dos medicamentos para o diabetes, as cápsulas de canela. Para o ensaio clínico, eles deveriam ingerir 3 gramas por dia, o equivalente a 4 cápsulas, durante o período de 90 dias. Já o grupo o controle, recebeu apenas a medicação para o diabetes. Mensalmente, os pacientes iam até a unidade de referência buscar as cápsulas. Ao final dos três meses, foram repetidos todos os exames para uma análise comparativa do antes e depois.

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Professor pesquisador José Claudio, do Departamento de Enfermagem de Floriano

De acordo com o pesquisador José, por meio dos testes estatísticos, chegou-se ao resultado de que o grupo que usou a canela teve melhora em todas as variáveis em comparação. Ele ainda acrescenta que a canela auxilia no esvaziamento gástrico, acelera o metabolismo, faz com que os receptores de insula estejam mais bio disponíveis, ou seja, permite que a insulina quebre o açúcar de uma maneira mais efetiva. “Importante lembrar que os pacientes do grupo controle receberam frascos iguais, mas com cápsulas contendo o placebo”, ressalta.

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Frasco com cápsulas entregues aos voluntários no ensaio

Próxima etapa no ensaio clínico e uso da canela no dia a dia

Com o resultado em mãos, o professor José explica que o próximo passo é apresentar o custo efetividade do uso da canela, comparar com outros produtos disponíveis no mercado e, dessa forma, mostrar ao Sistema Único de Saúde (SUS) que há mais um recurso terapêutico para fazer uso no controle do diabetes. “Na Enfermagem, esse novo uso gera o que a gente chama de Enfermagem de prática avançada. É uma vertente que potencializa o trabalho para que se avance enquanto profissão e prática clínica. Para a própria a Universidade, dá luz para que as pessoas possam desenvolver suas pesquisas durante sua jornada acadêmica”, pontua.

É fundamental destacar que o resultado da presente pesquisa deriva de ensaio realizado com a população que convive com o diabetes do tipo 2. Mas, segundo o docente José, é possível partir da premissa que a canela pode ser utilizada na prevenção do diabetes, uma vez que ajuda a reduzir os níveis de açúcar e gordura. “Partindo por esse lado, se você não tem alergia à canela, nenhuma contraindicação ou não tem doença hepática grave, pode usar a canela comum de forma independente. Certamente, as pessoas já a utilizam de forma rotineira na alimentação. Agora, a canela terapêutica, ela é de um tipo específica e com dosagem calculada em 3 gramas”, conclui o pesquisador.

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