Teste da técnica aconteceu em quatro ovinos
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) testou em animais, pela primeira vez, na sexta-feira (30/04), a técnica que permite o uso de ventiladores mecânicos por até quatro pacientes simultaneamente. Após passar por testes em pulmões artificiais na Maternidade Evangelina Rosa no ano de 2020, a técnica do ventilador compartilhado avança em nova etapa da pesquisa, com a testagem em quatro ovinos durante procedimento ocorrido Hospital Veterinário Universitário (HVU).
O dispositivo está sendo desenvolvido pelo Professor do Curso de Engenharia Elétrica da Universidade, Caio Damaceno, e seus orientandos de graduação, como uma alternativa para diminuir os impactos da Pandemia de covid-19 sobre os sistemas de saúde, com a carência de leitos e de equipamentos para ampliar a assistência a pacientes da doença. A etapa em animais antecede os testes em humanos para permitir o avanço da pesquisa e aprimoramento da técnica.
Como foi o teste em animais - Segundo o Professor Caio Damaceno, os testes apresentaram resultados supreendentes. “Os nossos testes tiveram resultados excelentes e foram mais que satisfatórios. As ovelhas conseguiram respirar muito bem e controladas os parâmetros individualmente. Eram como se fosse quatro ventiladores individuais e nosso objetivo foi de fato consolidado, pois conseguimos parametrizar individualmente, estabelecer uma pressão tanto máxima quanto mínima diferente para cada uma, conseguimos monitorar volume em tempo integral e tudo ocorreu muito bem, conforme o esperado”.
A etapa de teste em animais teve coordenação da médica veterinária e professora do Departamento de Biofísica e Fisiologia, Waldilleny Ribeiro de Araújo Moura, com objetivo de observar a adequação do sistema de ventilação às ovelhas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética Animal e atendeu a todas as especificidades para garantir segurança, conforto e bem-estar aos animais. Segundo a professora, os ovinos possuem a capacidade pulmonar e peso parecidos com os humanos.
Próxima estapa da pesquisa - De acordo com o professor Caio, o próximo passo é organizar os resultados para submissão ao Comitê de Ética Humano para que, em caso de extrema urgência, possa haver o teste do aparelho em pacientes humanos e iniciar a fase de produção e aprovação na ANVISA para disponibilização para hospitais.