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Gestão das empresas se redefine com covid-19; contexto exige adaptações

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Última atualização em Sexta, 30 de Abril de 2021, 08h34

A empresa de produtos personalizados foi montada em 2018 e já havia funcionado em três pontos físicos diferentes da cidade. Com a pandemia da covid-19, todo o maquinário e materiais foram transferidos para a residência da família. A insegurança precisou ceder lugar para novas ações. Foi com planejamento e uso de novas estratégias que a empresa onde Myrella Lopes, estudante de administração da Universidade Federal do Piauí, é sócia viu o faturamento crescer.

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A Myrella Lopes viu o faturamento da empresa subir após a adoção de novas estratégias

“Tivemos um aumento de mais de 150% nas vendas, se comparado a nossa média de vendas mensais quando trabalhávamos apenas com a loja física”, declara Myrella. Antes de chegar a esse aumento, a empresa amargou dois meses de vendas baixas. “Foi então que decidi inovar e focar minhas energias na divulgação da empresa no Instagram. Através de datas comemorativas, fomos ganhando visibilidade dentro desta rede social, o que foi gerando um aumento gigantesco nas vendas”, lembra.

Assim como a Myrella, muitos gestores precisaram se adaptar para manter os seus negócios funcionando nesse período de pandemia da covid-19. Segundo o administrador e professor da UFPI, Cléverson Vasconcelos da Nóbrega, os gestores e colaboradores precisam desenvolver novas habilidades e competência para lidar com o cenário marcado pela tendência do trabalho remoto, que faz uso das novas tecnologias, dentre elas, as redes sociais.

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Administrador e professor da UFPI, Cléverson Vasconcelos da Nóbrega, destaca que o momento requer  resiliência

“Assim, alguns processos precisam ser revistos na estrutura organizacional, uma vez que tal atividade requer uma força de trabalho com mais flexibilidade. Acho que a palavra de ordem nesse momento é resiliência, ou seja, a capacidade que as organizações precisam ter para se adaptar a esse novo contexto”, destaca o professor.

Cléverson Nóbrega frisa que estamos passando por um processo de reconfiguração e que algumas mudanças irão permanecer pelos benefícios que apresentaram. “Os custos foram reduzidos, os processos se tornaram mais ágeis e algumas pessoas que anteriormente ainda eram avessas à tecnologia, hoje podem dizer que estão mais adaptadas”.

Estratégias – Para a Myrella Lopes, um dos pontos positivos do período de isolamento foi a possibilidade de dar uma atenção maior à empresa dentro do universo virtual, o que possibilitou alcançar mais clientes. Para alcançar e fidelizar o público, a gestão investiu no atendimento personalizado ao cliente, catálogo atraente e parcerias com outras empresas.

O professor Cléverson Nóbrega lembra que as crises são momentos de reflexão para as organizações e que é possível superá-las a partir do esforço empreendido. “A capacidade de resiliência que alguns gestores possuem irá servir de "modelo" para que alguns processos sejam revistos também em outras organizações. E acho que fica uma lição para todos, ou você se adapta e inova, ou irá à falência”.

Contexto brasileiro – Segundo o economista e professor da UFPI, Ricardo Allágio Ribeiro, é possível que o país tenha uma retomada da economia a partir de desse mês, mas ela tende a ser lenta e incerta. O professor lembra que ainda há muita incerteza sobre a economia, principalmente sobre o impacto com a piora da pandemia nos últimos meses, e não há uma solução a curto prazo, já que a vacinação em massa não deve acontecer imediatamente. “As incertezas oriundas do campo da pandemia permanecerão por longo tempo, o que cria uma série de obstáculos, inclusive, para se pensar o crescimento do país e o impacto da crise sobre as empresas”.

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Economista e professor da UFPI, Ricardo Allágio Ribeiro, destaca que as empresas precisam estar atentas à política do governo

Ele explica que o País vive uma estagflação, caracterizada pela piora na atividade econômica e no mercado de trabalho e graves problemas sociais em andamento, como pobreza e fome. As boas notícias podem vir de fora, com crescimento da economia mundial, o Brasil pode ser beneficiado.

Para o professor, as empresas precisam considerar alguns aspectos para pensar no futuro, como na política do governo. “Não há nesse momento muito estímulo para investimento por parte das empresas e esse é um ponto que deve continuar como elemento de análise importante nos próximos meses do ponto de vista do empresariado”.

Ele lembrou que ano passado o governo criou instrumentos para se contrapor a crise, como a injeção de recursos no mercado, facilidade de renegociação de empréstimo, linha para manutenção de empregos, garantia de crédito a pequenas empresas e transferência direta para as famílias auxílio. Mas, essas ações positivas não devem ocorrer este ano. “As políticas de assistência do governo devem ser restritas, todo tipo de ajuda ao empresariado também deve ser restrita, embora muita coisa tenha sido pensada nos últimos meses”.

Brasil abriu mais empresas em 2020 – Dados divulgados pelo Ministério da Economia em fevereiro deste ano revelam que o país registrou um saldo positivo na abertura de novas empresas, mesmo em meio à pandemia. Em 2020, foram abertas 3,359 milhões de novas empresas e fechadas 1,044 milhão, o saldo positivo é de 2,315 milhões de novos empreendimentos.

O Ministério informou, ainda, que os empreendimentos de microempreendedores individuais (MEIs) abertos em 2020 ultrapassaram 2,6 milhões, aumento de 8,4% comparado a 2019. Das 19,9 milhões de empresas abertas no país, 11,2 milhões eram de (MEIs), o que representa 56,6% do total.

*Com informações do G1

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