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Paleontologia da UFPI: estudo de camarões fósseis encontrados em Crato (CE) atualiza dados sobre a espécie beurlenia araripensis

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Última atualização em Sexta, 19 de Março de 2021, 15h04

Em um estudo recém publicado na revista científica PlosOne (A1), pesquisadores brasileiros observaram novos dados sobre a morfologia da primeira espécie de camarão fóssil descrita para a Bacia do Araripe, denominada Beurlenia araripensis Martins-Neto & Mezzalira, 1991.

O artigo é resultado de parte da pesquisa de doutorado de Olga Alcântara Barros, que teve como orientadora a Prof. Dra. Maria Somália Sales Viana, no Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFC e foi realizado com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Prof. Dr. Alexandre Paschoal, Universidade Federal do Cariri (UFCA) – Prof. Dr. João Hermínio da Silva, e Universidade Federal do Piauí (UFPI) - Prof. Dr. Paulo Victor de Oliveira em Picos/PI e Bartolomeu Cruz Viana em Teresina/PI.

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Prof. Dr. Paulo Victor de Oliveira, Prof. Dra. Maria Somália Sales Viana, Prof. Dr. João Hermínio da Silva e a doutoranda Olga Alcântara Barros

O artigo intitulado New data on Beurlenia araripensis Martins-Neto & Mezzalira, 1991, a lacustrine shrimp from Crato Formation, and its morphological variations based on the shape and the number of rostral spines, ressalta novos aspectos característicos na identificação taxonômica do camarão carídeo Beurlenia araripensis, como por exemplo, a presença de espinhos e tubérculos nos pereiópodos (P3-P5).

Os pesquisadores analisaram um total de treze amostras fossilíferas da espécie Beurlenia araripensis Martins-Neto & Mezzalira, 1991, porém cinco amostras contribuíram para a descrição taxonômica.

“Os materiais fósseis são procedentes da Formação Crato e pertencem as coleções paleontológicas do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens da Universidade Regional do Cariri (URCA) – Santana do Cariri/CE, acervo fossilífero do Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) no campus do Pici – Fortaleza/CE, e na coleção do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro”, explica o professor Paulo Victor de Oliveira.

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Beurlenia araripensis. A) 1673/LPU - detalhe dos pereiópodes P3-P5 com espinhos. B) UFRJ 243/CR - detalhe dos pereiópodes P3-P5 com vários tubérculos.

 Paulo Victor de Oliveira salienta que a publicação atesta a provável plasticidade morfológica existente na região rostral, variando de 5-14 espinhos. “Esta observação é inédita em fósseis de camarões e observada apenas na família existente Palaemonidae Rafinesque, 1815, com representantes atuais dos gêneros Macrobrachium Bate, 1868 e Palaemon Weber, 1795”.

A preservação de camarões é difícil de ocorrer no registro fossilífero, pois, decompõem-se rapidamente. Fósseis de carídeos são raros e seus detalhes anatômicos não ficam bem preservados na rocha devido muitas vezes ao estado de preservação da amostra, detalhes anatômicos mais delicados normalmente são perdidos ou ficam mal preservados, dificultando a identificação dos táxons e da sua morfologia.

As novas informações morfológicas analisadas em Beurlenia araripensis e a observação da variação na quantidade de espinhos rostrais examinadas nesta espécie é de grande importância para a sua identificação, e bastante significativa para entender os estágios evolutivos e ambientais desses camarões carídeos naquele período.

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Beurlenia araripensis (A) Exemplar 2466/CRT (UFC) contendo 5 espinhos rostrais, depositado no laboratório de paleontologia da UFC, Campus do Pici - acervo técnico. (B e E) Espécime 2108/MPSC contendo 14 espinhos rostrais e 1673/LPU contendo 12 espinhos rostrais, depositado no museu Plácido Cidade Nuvens em Santana do Cariri – URCA. (C e D) Exemplares UFRJ 171/CR com 9 espinhos rostrais e UFRJ 243/CR com 11 espinhos rostrais, depositados no departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Confira o artigo:

https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0247497

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