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Celebração de datas que ressaltam orgulho autista e conscientização sobre o autismo ajudam a levar informação sobre respeito e inclusão de pessoas autistas para a sociedade

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Última atualização em Sexta, 19 de Junho de 2020, 12h21

No dia 18 de junho é celebrado o Dia Mundial do Orgulho Autista, a data é celebrada desde 2005 com o objetivo de mudar a visão negativa que a sociedade tem sobre pessoas autistas. A importância do dia se dá pela oportunidade de levar para a comunidade em geral mais informações a respeito das características das pessoas diagnosticadas com algum grau do Transtorno do Espectro Autista (TEA), além da busca pela normalização da neurodiversidade.

A data também é importante para repensar o cenário em que vivemos. No Piauí, assim como vem acontecendo em outros locais, o atendimento ao público alvo da educação especial e, particularmente, ao que apresenta TEA tem encontrado resistência por parte da comunidade escolar. “O elevado número de crianças com essa condição representa um desafio para os professores que têm pouca informação e formação para lidar com um conjunto de características complexas, como o processamento sensorial que, em muitos casos, é exacerbado. Um exemplo é o barulho na sala de aula que pode levar a criança a uma crise”, enfatiza a Profa. Dra. Ana Valeria Marques Fortes Lustosa.

Ana_Valeria_Fortes_Lustosa2.jpgProfa. Dra. Ana Valeria Marques Fortes Lustosa

Por outro lado, também existem as experiências bem-sucedidas, nessa pode ser percebido um maior envolvimento da família. Os professores do atendimento educacional especializado têm procurado desenvolver um trabalho cada vez melhor, mas ainda há muita desinformação sobre o autismo que muitas vezes ainda é considerado como uma doença e não como uma condição. “Há variados tipos de autismo, em alguns casos associados a outras condições que demonstram a complexidade desse quadro. O que é importante ressaltar são as garantias legais que asseguram a inclusão, o reconhecimento dos direitos desses indivíduos e as inúmeras possibilidades que se apresentam no trabalho pedagógico com eles. É fundamental que se conheça cada caso para que sejam adotadas as medidas cabíveis e ver a pessoa com TEA a partir das suas potencialidades e não das dificuldades que apresentam”, conclui a Profa. Dra. Ana Valeria.

Helenilda Nunes, servidora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) é mãe do Eric Nunes, de 12 anos, foi diagnosticado com TEA e faz acompanhamento profissional desde os 2 anos de Idade. “Ele começou a ter atendimento multiprofissional desde os dois anos de idade para acompanhar as questões de atraso de desenvolvimento dele relacionadas ao autismo. Principalmente nas três características que o autismo traz que são dificuldade de interação, dificuldade de comunicação e comportamentos repetitivos ou rígidos”, relata Helenilda.         

WhatsApp Image 2020-06-18 at 17.46.41.jpegEric e Helenilda Nunes

O maior desafio para os pais de crianças diagnosticadas com TEA é o de conciliar a necessidade que elas possuem no desenvolvimento de alguma das características mencionadas anteriormente, com a vida de uma criança. “Isso é um desafio porque os pais são sempre mediadores dessa situação e nós temos sempre que estar atentos para aprender como estar nessa situação sem expor e sem deixar que o indivíduo, a criança ou o adolescente, seja exposto a situações perigosas ou situações que o afastem do convívio social”, destaca a mãe do Eric.

É importante ressaltar que de acordo com o quadro clinico, o TEA pode ser classificado de diferentes tipos. No autismo clássico, o grau de comprometimento pode variar bastante, de maneira geral, os indivíduos são voltados para si mesmos, e tem dificuldade em: estabelecer contato visual com as pessoas e com o ambiente, comunicação, compreensão de palavra (aprendem apenas o sentido literal) e não entendem metáforas nem duplos sentido. Em formas mais graves ainda demonstram completa ausência de contato interpessoal.

No Autismo de alto desempenho (também chamado de síndrome de Asperger), as dificuldades são apresentadas de uma forma bem reduzida. Geralmente as pessoas diagnosticadas com esse tipo de TEA são mais verbais e inteligentes, a ponto de serem vistas como gênios, por serem imbatíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam. Já os indivíduos diagnosticados com distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE) são considerados dentro do espectro do autismo (dificuldade de comunicação e de interação social), mas esses sintomas não são suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, o que torna o diagnóstico muito mais difícil.

O Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, celebrado em 2 de abril, é outra data importante que foi instituída em 2018 no Brasil pela Lei 13.652. “Toda e qualquer data que lembre a questão do autismo é importante porque ela vai contribuir com a educação do meio em que a gente vive da sociedade... vai permitir que as pessoas conheçam o tema, que as pessoas lembrem das necessidades de respeitar o diferente e lembrem da necessidade de respeitar o ser humano, a pessoa independente de qualquer característica que ela tenha” ressalta Helenilda. Segundo estimativa da OMS existem cerca de 70 milhões de autistas no mundo e 2 milhões de autistas no Brasil.

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