Salipi 2019: Bate Papo Literário traz discussões para todos os públicos na UFPI

Na noite do último sábado (01/06), ocorreu a abertura do Bate-Papo Literário do 17º Salão do Livro do Piauí (Salipi), que acontece no Espaço Rosa dos Ventos da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Além de ser expositório para o lançamento de livros e diálogo com escritores, o ambiente é marcado pela passagem de saraus, recitais, debates culturais e shows com artistas regionais.

O início do encontro foi composto pelo lançamento do livro “Profissão docente: teorias e práticas”, dos organizadores Stanley Braz de Oliveira, Shirlei Marly Alves e Marta Rochelly Ribeiro Gondinho. Com foco no auxílio à formação de professores, a obra faz uma análise da conjuntura profissional docente no cenário brasileiro. “O nosso principal objetivo com o livro é socializar o processo de conscientização sobre o que é ser professor. Convencer as pessoas que a profissão requer um saber de como lidar com os alunos”, conta Stanley Braz, Doutor em Geografia. 

Para Stanley, com o advento da tecnologia, questões como a leitura e construção de pensamento crítico, estão perdendo a força em sala de aula. “A formação social, em um país complexo e multicultural como o Brasil, jamais deve ser olhada por um único viés. Muito do que os professores são como sujeitos sociais não pode chegar na sala de aula porque não é a nossa casa”, finaliza o professor.

Profissão Docente foi tema de abertura do Bate-Papo Literário no SALIPI 2019

Lançamento do livro "Profissão docente: teorias e práticas"

Na abertura de falas da plateia, Salgado Maranhão, poeta e colaborador do Salipi, falou sobre a importância da disponibilização de recursos para o cotidiano dos docentes em formação. “Ser professor é a 'mãe' das profissões, mas as condições deste trabalho no Brasil são lamentáveis. Neste país, passou a se estudar, não para o saber, mas para o emprego. O ensino é para transformar o cidadão crítico para a convivência em sociedade. É preciso de espaço para que o professor tenha tempo para se qualificar e tenha estrutura para estudar, do contrário, não há como o profissional se reciclar”, afirma Salgado.

O primeiro dia de Bate-Papo contou, ainda, com a presença de Juliana Pádua, produtora de conteúdo infanto-juvenil, discutindo “O livro e o olhar de descoberta: como formar leitores literários na escola?”. Na ocasião, Juliana fez um apanhado da difícil adaptação do docente com os novos meios de ensino. “A formação de leitores no Brasil passa por dados tristes, mas a literatura infantil é de uma riqueza sem fim. É uma vertente que exige uma percepção astuta, assim como qualquer outra, e que é necessário haver uma ressignificação do livro diante das novas formas de materialidade, suporte e tipo de texto para os leitores infantis. A escola continua preocupada em formar leitores somente com o texto verbal e perde possibilidades de outras formas de ensino”, diz a escritora.

A conversa se estendeu para a importância da introdução de práticas que consagrem uma cultura de leitores. “Os clubes de leitura são importantes para a criação de uma comunidade leitora porque vem em conjunto com uma partilha de impressões. Ao longo do ciclo do estudante, as rodas de conversa estão sendo deixadas de lado na educação básica e partindo para os lados de correto ou incorreto”, complementa Juliana Pádua no encerramento da discussão.

Juliana Pádua, produtora de conteúdo, finaliza o primeiro dia de Bate-Papo com foco na literatura infanto-juvenil

O Bate-Papo Líterário tem programação diária na UFPI até o encerramento da 17ª edição do Salão do Livro do Piauí, datado para o próximo domingo (09).