UFPI recebe o primeiro cromatógrafo de gás do Estado

O Grupo BioEletroquímica do Centro de Ciências Naturais, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), recebeu na última quarta-feira (23), o primeiro cromatógrafo de gás do Estado do Piauí. O aparelho foi entregue pela Assessoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Eficiência Energética da Eletrobras Distribuição Piauí.

O Cromatógrafo de gás é um instrumento que separa todos os constituintes de um composto com objetivo de indicar quais gases estão presentes e a quantidade relativa de cada um deles na amostra.

Estudantes poderão ver na prática o que veem na teoria

O engenheiro químico e professor da UFPI, José Ribeiro Santos Júnior, ressaltou a importância do cromatógrafo de gás para a sociedade acadêmica e a população em geral, "os alunos poderão ver na prática o que veem na teoria, poderemos utilizar o aparelho em outras pesquisas e, além, disso, haverá vantagem para a comunidade toda, porque a Eletrobras Distribuição Piauí diminuirá a quantidade de eventuais desligamentos por defeito em transformadores."

O equipamento separa todos os constituintes de um composto indicando quais gases estão presentes e a quantidade relativa de cada um deles na amostra

O equipamento, adquirido com recursos do Projeto de Pesquisa e Desenvolviento - P&D da Eletrobras Distribuição Piauí, será usado na manutenção preditiva - a que antecede a preventiva - para monitoramento de transformadores de potência (utilizados em subestações) e na pesquisa "Utilização de óleos vegetais em transformadores elétricos de distribuição", que vem sendo desenvolvida pela concessionária de energia em parceria com universidade há um ano.

Antes da aquisição do aparelho, a cromatografia do óleo de transformadores de potência da concessionária era realizada em outro estado. Além das despesas com transporte e o próprio teste, o resultado demorava cerca de um mês. Agora, será possível obtê-lo em um dia.

Leitura da cromatografia da amostra de óleo

"Poderemos prever, com bastante antecedência, a produção de gases no óleo do transformador, que deve ser zero, para que se previna o desgaste desse equipamento e sua possível queima", explica  José Ribeiro.

Mais rapidez e menos gastos

Com o cromatógrafo, além de se incrementar a pesquisa que testa a eficácia do óleo de coco babaçu em transformadores de distribuição, a concessionária de energia elétrica economizará tempo e recursos. Segundo o gerente da Assessoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Eficiência Energética da Eletrobras Distribuição Piauí, Joselito Félix, "por meio de um convênio com a universidade, esse equipamento será usado pela Eletrobras Distribuição Piauí, sem ônus, por 36 meses, em ensaios de rotina realizados em transformadores de potência. Isso significará economia de tempo e rapidez nos resultados". 

O assistente da Presidência da Eletrobras Distribuição Piauí, Antônio Pereira, elogiou e enalteceu a parceira entre a concessionária de energia e a universidade, sobretudo a pesquisa com óleo de coco babaçu, que segundo ele "pode representar a retomada da comercialização, em grande escala, desse fruto que gera renda para muitas famílias".

Prof. José Ribeiro, mestranda Suely e engenheiro Joselito

Na solenidade de entrega do cromatógrafo, também estiveram presentes o professor e coordenador do Centro de Ciências da Natureza, Helder Nunes da Cunha; o professor e coordenador do Mestrado em Física, Waldomiro da Paz Brito; a mestranda em Química e participante da pesquisa do uso de óleo de coco babaçu em transformadores, Suely Moura Melo; engenheiros e técnicos da Eletrobras Distribuição Piauí e estudantes do Grupo BioEletroquímica da UFPI.

Óleo de coco babaçu

O projeto, coordenado pelo engenheiro químico e professor José Ribeiro Santos Júnior, consiste em utilizar óleo de coco babaçu em transfomadores de distribuição na rede elétrica do estado. Para o desenvolvimento da pesquisa, iniciada há um ano, foram utilizados dois protótipos de transformadores instalados em Teresina.

O pesquisador enumera as vantagens do oléo vegetal em detrimento do óleo mineral. "O óleo de babaçu é biodegradável, renovável e possui outros aproveitamentos depois de utilizado no transformador. Pode, por exemplo, ser usado para fazer sabão, biodiesel, e há outras finalidades. Além de tudo, existe o aspecto social, pois o babaçu é nosso, é regional. O óleo mineral, derivado do petróleo, é tóxico, não renovável e mais caro."

No próximo mês de fevereiro, a concessionária e a instituição de ensino superior darão entrada no pedido de patente para a utilização de óleo de coco babaçu em transformadores de distribuição.

 

Com informações da Eletrobras Distribuição Piauí

Fotos: Divulgação Eletrobras