O mês de março configura um período em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, mas também se discute temas relevantes que envolvem esse segmento da sociedade, como a violência contra a mulher, situação que assola nosso país. Por isso, em especial alusão à data, é preciso fomentar a discussão da violência de gênero para a construção de uma sociedade mais igualitária.
Pensando nisso, a Universidade Federal do Piauí (UFPI), por meio da Superintendência de Recursos Humanos (SRH), preparou uma agenda para março na qual a principal abordagem é a violência contra a mulher, desde sua compreensão e combate até a prevenção. Integrando um calendário anual de atividades voltado à qualidade de vida do servidor (docentes e técnico-administrativos), a SRH/UFPI traz a programação do Dia Internacional da Mulher, com o tema “Ciclo da violência contra a mulher: da agressão verbal ao feminicídio”.
Líbia Mafra, Assistente Social da SRH, comenta a motivação da escolha do tema para esta data tão simbólica e importante. “Devido às estatísticas quanto à violência contra a mulher, este ano a SRH definiu um tema ligado ao ciclo da violência contra a mulher. O objetivo é chamar atenção para a prevenção e combate no âmbito da UFPI e da sociedade - servidoras da UFPI, inseridas numa cultura machista, infelizmente estão dentro dessa triste realidade de violência de gênero.”, afirma Líbia.
Líbia Mafra, Assistente Social da SRH/UFPI
A violência de gênero envolve um processo muitas vezes longo e sutil, o que torna complexa a sua abordagem, e necessária uma compreensão do contexto em que ocorre, seja ele afetivo, econômico, cultural, entre outros.
Marcilene Gomes, Secretária Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM), fala sobre a abordagem que a SMPM irá realizar para o mês de março e o porquê de se discutir violência nesta data: “Nós vamos abordar neste mês de março o assédio, que é sutil e precisa ser trabalhado. Temos vários assuntos sobre as mulheres, mas, infelizmente, a violência contra a mulher é aquilo que nos toca, está grave, os índices estão altíssimos e é algo complexo que exige muito mais. O mês de março é um mês extremamente relevante, pra nesse momento dizer ‘Para as mulheres não são só flores. Nós merecemos sim, mas não são só flores.’”
Marcilene Gomes, Secretária Municipal de Políticas Públicas para Mulheres
Ela ainda ressalta a importância da compreensão da violência em suas peculiaridades para um diagnóstico preciso e eficaz da agressão, como em casos de feminicídio. Marcilene reforça que “o feminicídio se refere às situações em que as mulheres vivenciam a violência pela condição de ser mulher. E a Lei do Feminicídio permite a denúncia de um tapa, de uma ameaça, para que não se chegue à culminância das vias de fato, que é o feminicídio.”
A SMPM tem realizado diversos trabalhos voltados ao tema da violência contra a mulher também por meio da transversalidade de gênero, incluindo homens em suas abordagens. É o que ocorre no projeto Renascer, cujo alvo é trabalhar a reflexão sobre a violência com homens julgados como agressores.
Programação especial na UFPI
Para a primeira quinzena de março, a SRH/UFPI realizará blitz voltadas ao tema, nos dias 08, pela manhã, e 11, 12 e 13, durante a tarde, com ações concentradas na SRH e na Reitoria. As atividades também visam dar destaque aos direitos das servidoras quando se encontrarem em situação de ameaça e violência, a exemplo da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha que estabelece a garantia da manutenção do vínculo trabalhista da mulher ofendida por até seis meses, caso seja necessário seu afastamento do local de trabalho).
Por meio da Campanha, a UFPI busca ainda socializar os canais de denúncia com a central de atendimento 180, as Delegacias da Mulher, o aplicativo “Salve Maria”, o Ministério Público, entre outros.